Chovendo no molhado

Os estudos mais recentes mostram que em 61% dos acidentes de trânsito, o condutor havia ingerido álcool. Uma capacidade indispensável ao motorista é prejudicada pelo consumo de bebida alcoólica: a percepção. O condutor que insistir em se embebedar e depois dirigir, corre o risco de sofrer diminuição dos reflexos e terá predisposição a acidentes de todo o tipo – que podem ir de um tropeço a um acidente automobilístico.
Por isso, é muito importante que se tenha sempre em mente que bebida e álcool não combinam. É de mau gosto. É contra a vida. Sabe o que as estatísticas mostram como resultado dessa mistura? 28 mil mortos por ano e 199 mil feridos. Geralmente, quem bebe e acha que tem condições de dirigir pensa que o álcool não influencia em sua habilidade como motorista. É comum ouvir que a ingestão do álcool em doses determinadas não altera os efeitos psicológicos. Isso é falso, pois muitas vezes o indivíduo ingere uma pequena dose e o efeito acaba sendo idêntico ao da ingestão de uma grande dosagem alcoólica.
A Polícia Rodoviária Federal incrementou efetivo e equipamentos e está, neste fim de semana, desenvolvendo um trabalho intenso de fiscalização nas rodovias federais que dão acesso ao município.
Muitos podem dizer que um copo de cerveja não faz nada, chegam ao ponto de afirmar que dirigem melhor sob os efeitos do álcool.
Os efeitos da bebida no organismo podem ser, inclusive, divididos. São digestivos – gastrite, vômitos fáceis, hemorragia gástrica ou intestinal; hepáticos- hepatite alcóolica, figado gorduroso, pele amarela, cirrose hepática; respiratórios – laringe, bronquite, enfisema pulmonar, falta de ar ao falar ou subir escadas; cardíacos- doença do miocárdio com alterações circulatórias sob os efeitos tóxicos do álcool, aumenta o trabalho cardíaco, provoca o aumento dos batimentos cardíacos; neurológicos – lesão etílica cerebral, diminuição da coordenação motora, delírios e confusão mental, inflamações dos nervos, doenças dos músculos, demência progressiva, falta de apetite, diminuição da glicose sanguínea, inflamação do pâncreas.
Isso sem falar que com diminuição da coordenação motora, confusão mental é irresponsabilidade pensar em conduzir qualquer veículo. Mais do que isso, é suicídio e, de quebra, tamanha falta de bom senso pode resultar em mortes de outras pessoas, sem falar no prejuízo financeiro que também pode ser considerável e, mais do que ele, o dano emocional nas famílias e na própria sociedade. A combinação bebida e volante é responsável por quase metade das mortes no trânsito do Brasil. Por ano, 40 mil pessoas morrem vítimas de motoristas embriagados. Em 2011, 18% dos brasileiros declararam ter bebido cinco ou mais doses em uma única noitada no mês anterior. Desses, 10% admitiram ter voltado para casa guiando. Atualmente, o Brasil é o quinto país com o maior número de vítimas no trânsito, atrás apenas de Índia, China, Estados Unidos e Rússia.
Nos Estados Unidos, dirigir depois de beber é crime punido com cadeia. Quando o policial aborda um motorista suspeito, conclui se ele bebeu ou não aplicando testes na rua: o condutor tem de provar que consegue se equilibrar em uma perna e andar em linha reta. Se não passar, vai para a delegacia. Mesmo quem se recusa a soprar o bafômetro é indiciado. Na Europa, a tolerância em relação a esse tipo de conduta também é baixa. Na Espanha, quem dirigir com taxa de 1,2 grama ou mais de álcool por litro de sangue perde a habilitação por até quatro anos e pode passar seis meses na prisão. Negar-se a fazer o teste do bafômetro ou o exame de sangue é crime punido com cadeia, de seis meses a um ano. Em Portugal, a pena varia. Se o condutor bebeu, mas não fez barbeiragens, a punição é de até um ano de cadeia. Se fez, até dois anos. Não fazer o teste do bafômetro é crime de desobediência e também dá prisão. Na Inglaterra, quem se recusa a soprar o aparelho na rua paga multa de 1.000 libras e perde o direito de dirigir por até três anos.

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