O frio: bom para uns, ruim para outros
Moradora da vila Argiles enfrenta a realidade de quem não possui uma moradia digna para viver
O inverno da região sul é mais um atrativo para os turistas que vêm de longe, só para curtir o friozinho, tomar um bom vinho e se encantar com a beleza das paisagens que o clima proporciona.
Mas, para alguns moradores da fronteira oeste, isso está bem longe de acontecer. Enquanto algumas pessoas se acomodam em suas belas casas com lareiras, aquecedores, isolamento térmico, e se deleitam com aquele delicioso chocolate quente, outras chegam à beira do congelamento, em razão das baixas temperaturas, que chegam à 0ºC durante a madrugada.
Exemplo disso é a história da Dona Zoraide, de 68 anos, que não possui renda, não é aposentada, não recebe nenhum tipo de ajuda ou benefício do Estado e também não tem familiares na cidade. Vive sozinha, em estado de total miséria, contando apenas com a ajuda de vizinhos e amigos.
Ela conta que mora na vila Argiles desde 1992 e que, além do frio que vem sentindo, pela precariedade e falta de condições em que vive, acordou na madrugada de ontem com parte da parede de seu barraco desabando. O vento forte, a umidade do terreno e a falta de manutenção da casa fez com que parte da parede cedesse, ficando prestes a desabar.
Sem condições financeiras para realizar o conserto, dona Zoraide tenta se proteger do frio fazendo o que pode. A foto mostra a moradora fazendo uma fogueira dentro de casa para se esquentar, correndo o risco, inclusive, de provocar um incêndio no local. Ela disse à reportagem que já procurou os órgãos competentes, mas não obteve qualquer resposta.
O vizinho da dona Zoraide, Marcondes Chagas, de 60 anos, sensibilizado com a situação daquela senhora, resolveu ligar para a rádio RCC FM, contando sobre as condições em que a vizinha vive. Fez a denúncia e clamou por ajuda.
Marcondes, em entrevista, desabafa: “Faz dias que vejo a situação da senhora e fico pensando que a casa pode ruir por cima dela e matá-la. Como ninguém tomava nenhuma providência, liguei para a rádio com o intuito de ajudar. Quando a imprensa se mexe, os órgãos públicos se mexem também”.
O secretário de Assistência Social, Leonor Gonçalves, afirma que já está estudado a situação. Ele se propôs a dar uma resposta, ainda hoje, a respeito da melhor forma para ajudar a dona Zoraide.
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