Sinais

Já dizia um sábio da antiguidade: “É preciso aprender a ler os sinais, mesmo que tênues, mesmo que indeléveis; mas, sobretudo, observáveis”. A política de Sant’Ana do Livramento atinge o início do movimento de tolerância zero a toda e qualquer situação que não esteja de acordo com o que, entendimento comum, seja plausível.
Os primeiros sinais de que a velha e clássica dualidade gaúcha (ou é gremista, ou colorado; ou é maragato, ou chimango; ou é contra ou a favor) se manifestaria no tão sonhado mar da tranquilidade que vinha sendo buscado por alguns vereadores.
Ontem, mais do que a denúncia de indícios de nepotismo que foi protagonizada por oito vereadores oposicionistas na promotoria, ficou evidenciado que cada qual assumiu seu lado. Com cortesia, é verdade, a exemplo das célebres batalhas ou duelos de antanho, mas cada um no seu quadrado. Já na sessão de ontem da Câmara de Vereadores, vereadores de oposição ocuparam a bancada da direita da mesa diretora dos trabalhos e situacionistas, a esquerda (considerando-se um observador posicionado nas cadeiras da assistência, tendo à retaguarda o gabinete da presidência).
Os sinais interpretáveis são elementares.
Ontem, uma reunião entre os vereadores de situação antes da sessão, comandada pelo prefeito em exercício Edu Olivera – Glauber Lima viajou para Montenegro, à tarde – traçou as estratégias sobre uma necessidade do Executivo: a aprovação do PPA – Plano Plurianual. Na assistência, como é de praxe quando há projetos de exclusivo interesse do Executivo, efetivo de secretários municipais marcou presença.
O PPA foi aprovado.
Entretanto, enquanto bloco, a oposição consolida-se com oito elementos, minoria; mas, ninguém sabe “o dia de amanhã”.
Se alguns julgam superada, para muitos legisladores ainda está entalada na garganta oposicionista, a farpa que receberam do Executivo, quando votaram contra o projeto de empréstimo de recursos via BNDES. Seus rostos, com “xis” foram utilizados em mídia dos partidos que dão sustentação ao governo municipal, com a finalidade de fixar quem havia sido contra. Em que pese a falta de estratégia e inexperiência daquele então tenham dado um prato cheio para o governo – os opositores foram designados como “traidores” do povo e não gostaram nem um pouco disso -, agora novas batalhas vão começar.

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