A cidade arborizada de forma correta

Inventário Florestal Urbano de Sant’Ana do Livramento vai permitir a seleção de mudas e os locais adequados para plantá-las

Árvores serão plantadas em locais adequados na cidade

Caro leitor, você consegue imaginar as ruas da nossa cidade arborizadas com ipês amarelos, acácias mimosas ou com romanzeiras? Essa ideia, em breve, poderá se tornar realidade e deixar a cidade ainda mais bonita. Essas árvores são algumas das espécies indicadas para serem plantadas na área urbana, pois não provocam problemas como, por exemplo, o afloramento das raízes, que acabam danificando as calçadas e vias públicas.

Engenheiro florestal Fernando Pires: novas espécies de árvores vão evitar diversos problemas na cidade

Essa pequena introdução foi para chegar ao Inventário Florestal Urbano de Sant’Ana do Livramento, que começou em 2008 e está sendo realizado por uma equipe composta pelo engenheiro florestal Fernando Bueno Simões Pires, e pelo biólogo Tiago Xavier dos Reis, do Departamento Municipal do Meio Ambiente (DEMA).

A primeira fase do inventário teve as seguintes finalidades:

1) Conhecer o tipo de floresta urbana que existe na cidade.

2) Saber em que condições essas árvores se encontram, sendo analisados os aspectos fisiológicos, ou seja, se elas estão com doenças, por exemplo, ou ainda se a quantidade de árvores plantadas em um só espaço está contribuindo para o surgimento de fungos.

3) Buscar uma mescla ou uma distribuição correta das espécies, evitando o aparecimento de insetos, por exemplo.

De acordo com Fernando Bueno Simões Pires, todo o levantamento acima foi concluído em outubro de 2011 e tem 257 páginas. Nessa etapa do trabalho, se conheceu toda a realidade da atual arborização da cidade.

Abaixo algumas das informações coletadas:

A) Área inventariada: 69.663 metros.

B) Quantidade de árvores que existem na cidade: 2.218 (elas permanecerão onde estão plantadas, mas, futuramente, poderão ser substituídas).

C) Pontos onde as árvores estão: em 30 ruas.

D) As 30 ruas ocupam a área de 57,98 hectares.

E) Expectativa de plantio: em torno de 2.320 mudas.

F) Total de árvores que a cidade terá com o novo plantio: 4.538. 

As árvores que serão plantadas 

Biólogo Tiago dos Reis: também trabalha no Inventário Florestal Urbano

As espécies de árvores escolhidas para serem usadas na arborização não provocam o afloramento de raiz, assim, não vão estragar as calçadas e ruas. Além disso, não vão causar problemas com a fiação elétrica, porque são de porte pequeno e médio. “Elas também não apresentam problemas de toxidade e nem alergias, diferentemente das aroeiras e dos ligustros, por exemplo”, explicou Fernando Pires.

Entre as 83 espécies selecionadas para o meio urbano, estão a estremosa, ipê amarelo, acácia mimosa e a romanzeira. Segundo o engenheiro florestal, as mudas virão de um viveiro, provavelmente, da região da Serra, e vão ser fornecidas pela Eletrosul, como forma de compensação ambiental devido à instalação das usinas eólicas no município. A empresa deverá realizar uma licitação para que o plantio das árvores seja realizado.

O que falta para que a arborização da cidade comece a ser feita

Nas ruas do quarteirão onde está o Fórum, as árvores foram plantadas de forma correta. As espécies são adequadas, há um espaçamento de 30 centímetros entre elas e foi usada uma tela para proteger as mudas.

O plantio das mudas, porém, ainda depende da elaboração de um Plano Municipal de Arborização, que será feito pelo Executivo e pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente. Segundo a presidente do Conselho, Eridiane Lopes da Silva, o Plano deverá começar a ser realizado ainda nesse ano.

Em virtude da falta desse Plano, “em torno de 15% das 1.300 mudas que a Eletrosul entregou em 1º de agosto de 2012, que seriam usadas para começar a arborização urbana, se perderam, morreram, e não foram plantadas. Algumas foram doadas a escolas. Outras 1.300, que iriam vir, foram suspensas para que não se perdesse essas também”, disse o engenheiro florestal Pires.

Mas a segunda fase do Inventário Florestal Urbano de Sant’Ana do Livramento já começou a ser feito. Conforme Fernando Pires, essa etapa consiste em realizar a escolha das mudas de árvores e os locais onde elas vão ser plantadas. 

Breve histórico do Inventário Florestal Urbano

Maio de 2008: Início do trabalho de levantamento dos dados.
Junho de 2011: Encaminhamento da minuta contendo a legislação sobre a arborização urbana à Procuradoria Jurídica da Prefeitura.
5 de dezembro de 2011: Apresentação ao Conselho do Meio Ambiente dos dados do Inventário Florestal Urbano, ocasião em que ficou registrado em Ata que foi entregue à Procuradoria Jurídica da Prefeitura a minuta da legislação sobre a Arborização Urbana. O Conselho ficou de procurar agilizar a análise da minuta.
Outubro de 2011: Conclusão da primeira fase do Inventário Florestal Urbano e entrega ao então prefeito (Wainer Machado) de um volume composto por 257 páginas contendo os dados do inventário.

Problema de ruas danificadas pelas raízes será evitado

Outubro de 2011: Marcada, por três vezes, e adiada, sem explicação, a apresentação de uma palestra sobre o Inventário Florestal ao prefeito.
Julho de 2012: O Executivo encaminha, em regime de urgência, à Câmara de Vereadores, a minuta da legislação sobre arborização urbana. O Conselho do Meio Ambiente solicita a retirada do projeto, “alegando que não havia tomado conhecimento da minuta”, sendo o projeto retirado.
1º de agosto de 2012: A Prefeitura recebeu 1.300 mudas da Eletrosul para a arborização urbana, de um total de 2600.
Agosto de 2012: O Conselho cria uma Comissão para estudar e propor uma legislação. No mesmo mês, no dia 20, a referida comissão entrega ao Conselho a minuta da legislação.
Setembro de 2012: Suspensão da vinda das outras 1.300 mudas pela Eletrosul, em razão do atraso da promulgação da legislação sobre arborização urbana.
Outubro de 2012: O Conselho Municipal de Meio Ambiente, em reunião ocorrida no dia 16, resolve aguardar a entrega da minuta da legislação ao prefeito eleito, na data de sua posse, 1º/01/2013.
Fonte: Fernando Bueno Simões Pires – engenheiro florestal do DEMA

ESPECIAL: Jandira Vanin  | FOTOS: Marcelo Pinto

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