CHEGANDO EM GUARULHOS

Esta coluna não esquece das palavras do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, quando lhe perguntaram quais os principais problemas do Brasil que deveriam estar solucionados para a Copa de 2014. Resposta de Teixeira: “Aeroportos, aeroportos, aeroportos”.

É por isso mesmo que trago o depoimento de César Pacheco, delegado aposentado da PF e ex-dirigente do Grêmio. Pacheco conhece os melhores aeroportos do planeta e sempre que pode está viajando. Seu filho é piloto comercial de uma empresa aérea do país.

“Rogério, cheguei domingo passado, dos USA. Foi muito boa a viagem, para se ter a certeza de como é bom viver num país onde o povo tem muitos direitos, mas também tem a sua parcela de deveres, que são proporcionais aos direitos é claro. Crise é uma coisa que nem se fala mais por lá e para mim, que estou acostumado a ir lá de três a quatro vezes ao ano a crise de 2008, nem parece que existiu”
.
“Brabo mesmo é chegar de volta ao Brasil. Eis o meu desabafo: Domingo passado cheguei no Aeroporto de Guarulhos num vôo da TAM, por volta das 06h00 da manhã e após os tramites de desembarque, às 06h15 me postei ao lado da esteira (cheia de empurra-empurra), para apanhar as bagagens Tu não vais acreditar. Minhas duas malas só correram na esteira às 07h15, exatamente uma hora depois e depois, não bastasse a espera, estava chovendo e todas malas, carrinhos, berços de crianças, caixas de papelão, estavam molhados. Será que não havia uma lona para proteger???”

“Não é só isso. A TAM te desembarca na área internacional e para quem vai para Porto Alegre, o vôo domestico é marcado no lado oposto do aeroporto, a mais de quinhentos metros de distância, sem um meio de transporte para o conforto do passageiro (nos USA tem esteira, trens internos, etc…)”.

“Mas não acaba aí. O vôo para Porto Alegre estava marcado para o Portão G- 17 que para se chegar nele( é quase uma gincana), você tem de descer uma escada até o portão C1, pegar um ônibus e chegar quase no meio da pista (isto mesmo), onde foi construído “algo” que eles chamam portões de embarque G,F,E,D sem infraestrutura nenhuma”.

“Lá tem um bar acanhado com preços absurdos, um banheiro, poucas cadeiras (bati algumas fotos dos passageiros( cinqüenta) ou mais sentados no chão.E daí a céu aberto, você caminha uns cem metros até a aeronave. Os tripulantes também estavam indignados e apelidaram estes portões de “puxadinho”.

“É uma barbaridade, a maior cidade do Brasil e que vai sediar a Copa do Mundo, em 2014, apresentar esta pouca vergonha, como solução Duvido que em um ano se mude a situação. Fiquei muito brabo( pagamos taxa de embarque) ,indignado e, envergonhado com isso. É digno mesmo de nosso país ser chamado de.bananão”.

NÃO É SÓ GUARULHOS

O problema vivido por César Pacheco é um drama diário em todos os aeroportos brasileiros que simplesmente não darão conta de um fluxo extra de turistas com a Copa do Mundo de 2014.

CONSTATAÇÃO REAL (1)

Dos treze aeroportos brasileiros que receberão investimentos para modernização e aumento de capacidade para a Copa do Mundo de 2014, nove não ficarão prontos a tempo e um será finalizado no mês em que se inicia o campeonato – “se tudo der certo”.

CONSTATAÇÃO REAL (2)

A conclusão é de um estudo divulgado ainda em 2011 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O documento sinaliza com a possibilidade de um grande vexame no Mundial.

VALE LEMBRAR

O estudo do Ipea apresenta informações alarmantes. Com base no tempo médio de uma obra de infraestrutura de transporte de grande porte no Brasil, e no estágio atual dos trabalhos em cada aeroporto, o instituto concluiu que os aeroportos de Manaus, Fortaleza, Brasília, Guarulhos (SP), Salvador, Campinas (SP), Cuiabá, Confins (MG) e Porto Alegre não deverão estar prontos para a Copa de 2014.

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