Um por vez

O elemento denúncia vem se tornando uma constante em praticamente todos os veículos, sem falar nas redes sociais e outros pontos da internet, a rede mundial de computadores, tida a como a ferramenta mais ágil para revolucionar questões que tangenciam a coisa pública e, sobretudo, o dinheiro público. Entretanto, pelos comentários das pessoas que assistem às matérias – repercutidas nos telejornais das emissoras quase que constantemente, para as que leem as reportagens nos jornais ou nas revistas semanais, ou ainda conferem nas emissoras de rádio, e também aquelas que preferem os meios virtuais de informação – parece não haver mais surpresa com qualquer grau de corrupção. É como se essa prática, já incorporada de fato ao Brasil da atualidade, fosse simplesmente, mais uma prática. É como se tivesse sido emitido um “ah, eu sabia…”, com tamanho desdém e desinteresse, que deixa pasmo o cidadão que não tolera essas circunstâncias. Claro, é esse mesmo cidadão que – mesmo não querendo admitir sua surpresa – afirma já “saber” tem evidente culpabilidade, pois se sabia, porque não denunciou? Claro, aqui são apenas figuras de linguagens, metáforas para confirmar que há uma verdade absoluta: a ausência dos cidadãos de índole e caráter bons, positivos e produtivos do meio político, torna possível aos maus caráteres e vigaristas ocuparem os espaço e perpetuarem-se neles, para o bem próprio e o mal da pouo.
Todo mundo razoavelmente informado, sabia – ou, no mínimo, desconfiava – que há muito rolo há muito tempo nas relações de fornecimento para os governos e instituições públicas, nas relações entre agentes políticos de grupos específicos (a generalização não é cabível), assim como no que se refere a quaisquer investimentos do governo que demoram a chegar da origem ao destino. O aclaramento de como são feitas as maracutaias confirma a máxima: “não há corrupção sem corruptores e corrompidos”. O funcionário público honesto, entretanto, é quem mais acaba “pagando o pato”, pois é artigo raro em um ciclo em que o desonesto é a praxe. Em que pese ser fundamental separar o joio do trigo, permanece quase que impossível criar um filtro que possa estabelecer uma barreira entre um e outro pois os braços do Estado, nesse aspecto, são amarrados.
A verdade é que está explicado o enriquecimento de alguns agentes que orbitam no entorno do setor público, o que fez com que a cidadania saísse às ruas.
Quem sabe não seja, realmente necessário que a reação dos cidadãos não seja apenas no voto, a cada quatro anos.
Talvez chegue o tempo em que o cidadão protagonize, período em que faça com que a cidadania reaja como fez, mas com temas pontuais, um de cada vez, inclusive no meio empresarial eliminando a condição de “já acostumado às picaretagens” e passando a, pelo menos a de “indignada”. Brandas, as legislações para punir aqueles que se envolvem nas vigarices acabam sendo desconsideradas e a “síndrome do não dá nada” instituiu-se, tornando-se vigente. A impunidade pressiona, pois impressiona a morosidade dos meios, inclusive o judiciário.
A moral deve ser preservada e o cidadão tem que, cobrando educada e respeitosamente, dar exemplo.

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