Turismando

Os santanenses precisam repensar alguns conceitos. Um deles é o que se traduz em uma frase muito usual, chega a ser chata de tão comum: “Em Livramento, não tem nada para fazer”; ou, pior: “Domingo é um dia chato, principalmente no inverno, porque a cidade não oferece nada, não tem nada para fazer”.
Bem, problemas a cidade já tem bastante, mais até do que comportaria. Isso significa que os negativistas de plantão precisam ficar calados. Os “do contra” também.
Assim como a cidadania foi às ruas para protestar e se manifestar, também precisa se apropriar do que é seu.
Para começo de conversa, mesmo não havendo o turismo como movimento organizado, com reflexo econômico-financeiro e social pleno, são inúmeras as iniciativas que estão afetas ao setor turístico. Do artesanato às pousadas rurais; da hotelaria à gastronomia, e por aí vai.
Falta organização? Falta investimento? Falta gestão? Falta iniciativa?
Sim, tudo isso ainda está na escala de faltas, mas as coisas acontecem. Mesmo que em pequena escala. As pessoas saem de suas casas para fazer alguma coisa em algum lugar.
Há falhas gravíssimas no processo estratégico de divulgação, sim. Assim como os investimentos em propagar a informação e o conhecimento do que a cidade oferece são menores do que se poderia imaginar e, em alguns nichos, são pífios ou inexistem.
Culpar a Secretaria de Turismo é fácil. Difícil é tentar fazer alguma coisa com a deficiente estrutura pública, com um orçamento completamente irrisório.
Esse talvez seja um primeiro problema a ser eliminado: parar de querer achar culpados.
Turismo não depende exclusivamente da Secretaria, da municipalidade o da iniciativa privada.
É preciso compreender como uma prioridade local, uma diretriz santanense que precisa ser construída junto com Rivera – em que pese imagine-se que eles, do lado de allá estejam muito mais adiantados técnicamente e em recursos.
Há o que fazer na cidade, sim. Um passeio pela Estação, um mate amargo com a família na praça Internacional. Uma visita a Almadén ou a outras vinícolas. A formação de um grupo de amigos para almoçar ou jantar em um CTG ou clube social que possa oferecer serviço.
Retome-se, por exemplo, as ideias que o funcionário público aposentado Bernabé Ramos Basaldúa, do alto de mais de oito décadas de experiência, procurando colaborar gratuitamente, há cinco anos tendo as portas fechadas em seu rosto – indica em seu DVD com 20 minutos de duração sobre os atrativos locais e riverenses.
Vá conhecer Massoller e a Vila Thomaz Albornoz. Faça uma caminhada guiada por alguns dos matos que cercam Sant’Ana. Ou Rivera.
Crie, busque informações, incentive, participe.
E, por fim, não venha com a frase ladipar – e errônea – de que não há nada para fazer domingo na cidade.
Os santanenses, os fronteiriços, podem mais.
Basta querer e deixar de lado o mal pensar.

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