FÚRIA VERDE E AMARELA

Jogadores abraçam Neymar no segundo gol no Brasil, no fim do primeiro tempo

A um ano da copa do Mundo, o Brasil deu uma mostra do que poderá ocorrer em julho de 2014. Ontem, na final da Copa das Confederações, um país inteiro se uniu em torno de um objetivo: vencer os melhores do mundo. Noventa minutos, e a mística renasceu com a força do futebol pentacampeão mundial. Literalmente, o campeão havia voltado. O canto das arquibancadas voltou a ser ecoado no Maracanã em catarse, desde os primeiros minutos da final da Copa das Confederações. Apoiado por mais de 73 mil vozes, o Brasil de Luiz Felipe Scolari desconstruiu a grande Espanha com uma apresentação tática brilhante, com placar de 3 a 0. Diante do time mais vencedor dos últimos anos, ressurgiu o melhor do futebol nacional, no tetracampeonato do torneio da Fifa. Fred, duas vezes, e Neymar, garantiram a festa dos donos da casa.

Vencedora das duas edições anteriores, a seleção estabelece, assim, um domínio na Copa das Confederações. O título de 2013, diante do público no próprio país, se junta à galeria do futebol nacional, ao lado das taças trazidas do exterior, de 1997, 2005 e 2009.

O Brasil desconstruiu o estilo espanhol de dominar a partida, com marcação e forte pressão na linha de intermediária de ataque. Até Fred combatia a saída de jogo dos rivais, forçando erros de passe tolos para a equipe que, recentemente, reeducou o futebol a respeito do tratamento de bola.

Favoritos diante da seleção da casa, em nove entre dez prognósticos, a Espanha de Xavi e Iniesta não conseguiu impor, contra Luiz Gustavo e companhia, o estilo de supremacia de posse de bola, sem empurrar a ação até a área adversária. Os europeus se irritaram com a incapacidade de estabelecer seu ritmo e ainda foram contidos por faltas estratégicas no nascimento de algumas jogadas.

Fred, aqui perseguido por Neymar, abriu o placar, logo no início da partida

O Maracanã enfrentou uma espécie de abalo sísmico esportivo, logo no primeiro minuto de jogo, quando Fred conseguiu empurrar para as redes, em um lance confuso na área. O atacante finalizou na frente de Casillas, mesmo deitado, e correu para abraçar a galera.

Com 95 segundos, o gol de Fred é o segundo mais rápido da história em finais dos torneios da Fifa, atrás apenas da anotação do holandês Neeskens, na decisão do Mundial de 1974 (85 segundos).

Ainda antes do intervalo, em um espaço de quatro minutos, os brasileiros que tiveram o privilégio de viver a decisão dentro do Maracanã, vibraram com dois gols, um de verdade e outro “moral”.

Primeiro, quando David Luiz se atirou em uma bola que já tinha passado por Julio Cesar, em definição de Pedro, após contra-ataque veloz espanhol. O zagueiro mandou o gol de empate quase certo para escanteio e ouviu o estádio entoar seu nome.

Quase na sequência, Neymar enfim conseguiu o selo para ir de vez ao rol de grandes craques da seleção. O camisa 10 foi acionado na esquerda, passou para Oscar e recebeu de volta. O truque tirou a marcação da frente do ídolo, que fuzilou Casillas em um arremate alto e potente. Um belo cartão de visitas para o País onde exibirá seu jogo, em questão de semanas.

O título brasileiro se cristalizou cedo, logo aos 2 min. do segundo tempo, em uma jogada coletiva brilhante do ataque. Hulk projetou a bola na esquerda, Neymar deixou passar e, finalmente, Fred bateu colocado para vencer Casillas, mais uma vez.

A Espanha parecia ter uma chance de mexer com o jogo aos 9 min., quando Marcelo cometeu pênalti infantil em Jesus Navas. Julio Cesar acertou o canto escolhido pelo zagueiro Sergio Ramos, mas não precisou nem esticar a mão, bastou ver a bola sair pela linha de fundo, em uma péssima cobrança.

Esta foi a história do jogo mais importante do novo e querido Maracanã. Houve quem reivindicasse a mudança do status de país do futebol, em uma viagem pelo Atlântico da América do Sul até a Europa. Fernando Torres, por sua vez, chegou a dizer antes da final que a Espanha era o “Brasil do presente”, em referência aos tempos dourados de Pelé. Mas talvez sua equipe seja apenas uma grande Espanha, campeã mundial, bicampeã europeia, mas que ainda não consegue se impor contra o País mais vencedor dos torneios da Fifa.

 

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