Bomba para o Ministro

Recentemente, a reportagem da RCC FM perguntou ao ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, sobre os problemas de comunicabilidade em função do não investimento por parte das operadoras de telefonia. A questão de modo geral – considerando-se a comunicabilidade móvel celular, internet, entre outros serviços – apresenta a necessidade de uma rediscussão de porte, especialmente no que tange ao interior. Ele concordou.

Paulo Bernardo deixou claro que não vai ter moleza a partir de agora, pois está sendo realizado, pelo ministério que comanda, um relatório do que, efetivamente, ocorreu de investimentos em melhorias. Ele sabe que se algo não for feito, fica claro: o colapso está aí, embora todos neguem.

Ligações em chamada que são repentinamente interrompidas sem que exista qualquer motivo lógico, a não ser sistema, para que isso ocorra. Da mesma forma, conexões de dados se interrompem, repentinamente surgem mensagens de que há recados na caixa postal sem que o proprietário do aparelho deseje, fazendo com que seja acessado esse serviço – normalmente tarifado – no apertar de uma tecla.

Entretanto, a cada dia, torna-se mais perceptível que as deficiências dos serviços não foram sanadas. Mais do que a questão de consumo, é preciso focar no elemento tecnologia e sua relação com o custo-benefício. Seguindo-se essa lógica, permanece pendente de solução a facilidade condizente com a expectativa do consumo pressuposta a partir da aquisição de determinado serviço.

Há a questão do vencimento dos créditos comprados, algo que é legal, mas não reflete o direito de consumo. Determinadas operadoras estabelecem prazo para que os créditos comprados pelo consumidor, usados ou não, sejam extintos. Ou seja, prevalece a vontade da operadora e não a do aquisitor, pois, a partir do momento em que ele compra os créditos passa a possuir o direito de utilizá-los. Isso é lógico, mas não é ele quem, na prática, escolhe até quando poderá usá-los. Deverá fazer uso dos mesmos dentro do tempo estabelecido pela operadora. Não usou, perdeu. E ponto.

Existe a questão sobre a informação de saldo dos pré-pagos, muitas vezes cobrados, em centavos por algumas operadoras. Não terá o consumidor o direito de conhecer quanto tem à disposição para uso, sem ter que pagar por isso a cada vez que consulte? É outro ponto discutível.

Passa-se à questão de internet. Normalmente, os planos oferecidos, em quantidade de megabytes disponibilizados é, inferior, àqueles que, na prática, estão disponíveis, percebendo-se clara disparidade entre o oferecido para a venda e o serviço prestado. Ou seja, vende e cobra por deter minada quantia de MB ou GB (gigabytes), porém, não possibilita que o consumidor utilize por completo, baseado no raciocínio de que esses MB ou GB são compartilhados (quando alguns estão usando, outros não estão) e, daí, a oscilações significativas na efetividade ofertada.

A listar as instabilidades e gargalos, certamente, seriam necessárias várias outras linhas para uma narrativa completa. É a antítese daquele pagode antigo “Liga pro meu celular…”.

Paulo Bernardo e seu ministério das Comunicações terão muito trabalho, com certeza. A exigência do brasileiro está aumentando. Os protestos, em manifestações, iniciaram.

 

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