FORA DE CONTROLE

Os planejadores das manifestações de rua nas principais cidades brasileiras, na verdade militantes de partidos nanicos como PSOl, PSTU, PCO, não esperavam uma adesão da chamada maioria silenciosa e nem o repúdio a atos de vandalismo programados por aquelas militâncias.

Aquela massa que caminhou em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Porto Alegre (as principais cidades onde ocorreram manifestações na segunda-feira) estava infiltrada de desordeiros e foram estes os responsáveis pela violência descontrolada. Quem sai de maneira pacífica não leva coquetéis molotov, rojões, pedras e pedaços de pau para destruir o patrimônio público.

Enquanto o grupo organizado de militantes tinha como motivação a questão do transporte coletivo, a maioria mostrava sua indignação pela situação atual que vive o país. E é aí que precisa se fazer uma separação bem distinta dos cidadãos no seu livre direito de manifestação e dos baderneiros.

É fundamental de se compreender que estamos diante de uma insurgência democrática em favor do reconhecimento de novas identidades sociais e de direitos de participação na vida pública, especialmente das novas gerações. Mas é aí também que mora o perigo.

Como cidadão, a minha indignação vai além de uma discussão sobre a tarifa do transporte coletivo – vital para trabalhadores, estudantes, idosos, portadores de necessidades especiais, mas todos já beneficiados por isenções ou tarifas especiais – mas coincide com grito do Brasil decente pela roubalheira oficial e pelos perigosos desvios de conduta que contaminou a sociedade brasileira diante dos maus exemplos criminosos dos habitantes da chamada “elite política” do país.

Identificados alguns baderneiros, identifica-se também a origem ideológica de quem usou coquetéis molotov, paus, pedras e rojões contra o patrimônio público e contra as forças da ordem. E o grupo mais marcante foi aquele que a polícia de Brasília, do governador petista Agnelo Queiroz, prendeu.

Eram cinco funcionários graduados do palácio do Planalto! Todos com cargos em comissão e encarregados de organizar a manifestação em Brasília. A polícia chegou aos nomes do Palácio do Planalto após ouvir quatro manifestantes que foram detidos. Um deles é o motorista do caminhão que levou pneus que foram queimados durante o protesto. No depoimento, o motorista disse que recebeu R$ 250 para fazer o transporte.

E em Porto Alegre? Quem são os que quebram estabelecimentos comerciais, queimam contêineres de lixo e jogam coquetel molotov num ônibus? São manifestantes ou terroristas? O Brasil decente que também foi às ruas não concorda com atos violentos, pois está cansado de outra violência, mais cruel e incontrolável, que é a violência que mata nos hospitais do SUS, que rouba nas obras públicas, que rouba nos empregos para os privilegiados e que gasta nosso dinheiro em estádios de futebol.

Quem programou a agitação nas ruas não esperava que cidadãos decentes também sairiam para exigir seus direitos de cidadão. A serpente que chocava ovos com sabor totalitário está assustada com o Brasil que começa a mostrar a sua cara pedindo mais decência e mais respeito a quem trabalha e paga impostos.

O Brasil estava deitado eternamente em berço esplêndido e, de repente, está vendo que seus filhos também não fogem da luta quando esta vale a pena.

ENTENDA O PROTESTO

Almoço para levar para casa, comprado num supermercado, setor de refeições: Arroz R$ 4,67 Feijão R$ 2,48 Carne R$ 16,99. Custo dos impostos (municipal, estadual e federal): R$ 7,34. Ou seja, o imposto comeu o arroz, o feijão e parte da carne. O Poder Público não nos deixa nem mesmo comer em paz.

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