Por trás das vaias…

Dilma Rousseff foi vaiada. A questão é: vaiaram a presidente e virtual candidata a reeleição com mais de 85% de aprovação popular em seu mandato, segundo pesquisas realizadas periodicamente, ou a incompetência do governo em concretizar o que era esperado – no mínimo, as obras prontas para o início da competição, a Copa das Confederações?
Às vezes, parece que algumas figuras do alto escalaão do governo se fazem de bobos ou, melhor, tentam fazer a população, o cidadão, de bobo. A repercussão negativa dos apupos de torcedores obviamente fez com que o governo passasse a tomar cuidado com a exposição da Presidente e a rever as prioridades. Políticos e especialistas divergem sobre o impacto da hostilidade, mas fica claro que ela houve.
Convém refletir. A reação da torcida reflete, em parte, a insatisfação de uma parcela da população, mas não garante trunfos para 2014. Para quem vaiou, o governo não demonstra bom desempenho. Mas é cedo para falar em eleições, segundo alertam alguns cientistas políticos do eixo Rio-São Paulo nos noticiários.
As vaias no Mané Garrincha à presidente Dilma Rousseff inflaram ainda mais o discurso oposicionista, claro. Do lado governista, o episódio foi encarado com cautela e como indicador de que é preciso tomar cuidado para evitar tropeços nas urnas daqui a um ano. Na oposição e entre cientistas políticos, a maioria das análises também vai no caminho da prudência, mas há quem tire conclusões definitivas sobre o nível de insatisfação com o governo e suas consequências em 2014.
Esse fato específico tem que ser analisado com dimensão especial. Ele mostra que, realmente, os erros do governo passaram a ser percebidos pela população, isso inclui as questões da saúde, social, falta de emprego em algumas regiões, problemas pontuais, enfim… Foi um sinal de reprovação. Com os problemas se avolumando, a inflação e o risco de redução da taxa de emprego, o resultado pode ser explosivo.
Normal.
Dilmistas de plantão afirmam que a “única conclusão objetiva que se tira disso é que é tradição das torcidas de futebol vaiar representantes, em particular quando estão em mau momento”.
Há quem entenda as vaias como reflexo da frustração de expectativas da sociedade. A inflação está voltando, o prometido crescimento econômico não vem, a produção industrial caiu e a taxa de desemprego, que se mantém boa, vai piorar em algum momento. Para quem vaiou, o governo não está demonstrando um bom desempenho. Mas ainda é cedo para se falar nas eleições.
Isso é tácito.
Bom, se a Copa das Confederações é uma redução proporcional da Copa do Mundo, tem até lá para que o governo atenda a população. E rápido. Do contrário, mais vaias virão.

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