Manifestantes e polícia entraram em confronto na Avenida Ipiranga

A Capital do Estado do Rio Grande do Sul não destoou das demais grandes cidades do País com relação aos protestos que estão se espalhando pelo Brasil. Desde o início da noite de ontem, milhares de manifestantes protestam pelas ruas de Porto Alegre, em uma ação que ocorre simultaneamente nas principais capitais do Brasil. O ato, iniciado na frente da Prefeitura, seguiu pacífico até a esquina das avenidas Ipiranga e Azenha, onde uma minoria depredou uma concessionária de motos. A Tropa de Choque da Brigada Militar reagiu com bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes e houve confronto.

Após duas horas de manifestação, um grupo de manifestantes depredou uma concessionária da Honda, localizada na esquina das avenidas Ipiranga e Azenha, por volta das 20h30. O momento mais tenso ocorreu quando um grupo se separou da multidão principal para cometer atos de vandalismo, ateando fogo em contêineres de lixo e depredando um ônibus.

Na concentração, por volta das 18h, manifestantes ocuparam na totalidade a Praça Montevidéu, além de parte do Largo Glênio Peres e outras ruas da Zona Central da cidade. Eles caminham e gritam palavras de ordem. O ato nacional contra o aumento da passagem, na capital do Rio Grande do Sul, começou por volta das 18h.

De acordo com a Brigada Militar, 180 homens foram deslocados para acompanhar os protestos na capital do RS. Esse número envolve o 9º Batalhão, 4º Regimento, Pelotões de Operações Especiais e Batalhão de Operações Especiais. A orientação é acompanhar os manifestantes e evitar destruição do patrimônio público. 

São Paulo
Os protestos em São Paulo ganharam reforços de manifestantes e ocuparam três vias principais da cidade, na noite de ontem. A polícia estimou em pelo menos 50 mil pessoas mobilizadas e ocupando avenida Paulista, avenida Rebouças e avenida 23 de Maio em direção ao aeroporto. A Ponte Estaiada também foi ocupada e jovens seguiam em direção à avenida Jornalista Roberto Marinho.

Rio de Janeiro
Um grupo de manifestantes no Rio reeditou, no fim da manifestação de ontem, tumulto semelhante ao da semana passada, ao tentar invadir o prédio da Assembleia Legislativa (Alerj). A quantidade de manifestantes, muito maior do que o número de policiais militares, obrigou os policiais militares a se refugiarem no prédio, de onde atiraram bombas de efeito moral e gás de pimenta para o lado de fora.

Brasília
Manifestantes se concentraram aos milhares no gramado do Congresso Nacional. O protesto tem demandas diversas, como recursos para educação, saúde, passe livre no transporte público e contra os gastos públicos na Copa das Confederações e do Mundo (2014). Por volta das 19h20, centenas conseguiram escalar o teto da sede do Poder Legislativo, superando o cordão de isolamento estabelecido por seguranças. Eles só começaram a descer, pela rampa do Congresso, às 19h45.
Havia momentos de correria, quando os manifestantes encontraram resistência de seguranças e da polícia. Também houve risco de queda do telhado sem qualquer barreira de segurança no teto do prédio. A manifestação ocorreu simultaneamente em várias outras cidades do país, como em Belo Horizonte, São Paulo, Natal, Belém, Campinas, no Rio de Janeiro e em Florianópolis.

Governador defendeu a atuação da BM nos protestos da noite desta segunda-feira

Com o Palácio Piratini cercado pela tropa de choque da Brigada Militar, o governador Tarso Genro falou à imprensa sobre as manifestações e a reação policial no final da noite de segunda-feira. Em meio a um discurso de questionamento a todo o sistema político do país, Tarso defendeu a atuação da polícia gaúcha, afirmando que a BM teve de reagir. A orientação, segundo ele, era reagir para defender a integridade física das pessoas.

— Uma pequena parte dos manifestantes queria a depredação. Felizmente os danos aqui, principalmente com relação a feridos, foram inferiores aos de outras capitais — resumiu o governador.

Tarso afirmou que é nítido o esvaziamento do sistema democrático, dos partidos e seus representantes.

— Centenas de milhares de jovens não se sentem representados, estão sem interlocutores. O país e suas instituições democráticas, que são fortes, devem refletir sobre isso. Faço um apelo a esses jovens: evitem a violência. Ela não possibilita que a população compreenda as causas pelas quais eles lutam.

O governador disse estar disposição para solucionar impasses, como o do transporte coletivo, “que é caro e não é bom em grande parte do país”.

Desde o início da noite, milhares de manifestantes protestam pelas ruas de Porto Alegre em uma ação que ocorre simultaneamente nas principais capitais do Brasil. O ato, iniciado na frente da Prefeitura, seguiu pacífico até a esquina das avenidas Ipiranga e Azenha, onde uma minoria depredou uma concessionária de motos. A Tropa de Choque da Brigada Militar reagiu com bombas de efeito moral para dispesar os manifestantes e houve confronto.

O grupo seguiu pelas ruas da Cidade Baixa e do Centro queimando ônibus, contêineres e depredando lojas e carros. A vidraça do Palácio da Justiça também foi danificada.

Lula e FCH comentam sobre os protestos pelo país

Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso fizeram declarações nesta segunda-feira sobre os protestos que atingem várias cidades do país. As declarações foram feitas pelas redes sociais.

FHC disse que desqualificar o protesto com ação de baderneiros é um grave erro. “Os governantes e as lideranças do país precisam atuar entendendo o porquê desses acontecimentos nas ruas. Desqualificá-los como ação de baderneiros é grave erro. Dizer que são violentos nada resolve. Justificar a repressão é inútil: não encontra apoio no sentimento da sociedade. As razões se encontram na carestia, na má qualidade dos serviços públicos, na corrupção, no desencanto da juventude frente ao futuro”, disse o ex-presidente tucano. Já o ex-presidente Lula afirmou que ninguém pode ser contra as manifestações, porque a democracia não é um pacto de silêncio. E defendeu o prefeito Fernando Haddad, que é do PT.

“Ninguém em sã consciência pode ser contra manifestações da sociedade civil porque a democracia não é um pacto de silêncio, mas sim a sociedade em movimentação em busca de novas conquistas. Não existe problema que não tenha solução.A única certeza é que o movimento social e as reivindicações não são coisa de polícia, mas sim de mesa de negociação. Estou seguro, se bem conheço o prefeito Fernando Haddad, que ele é um homem de negociação. Tenho certeza que dentre os manifestantes, a maioria tem disposição de ajudar a construir uma solução para o transporte urbano”, declarou.

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