Resquícios

Mesmo que as negativas sejam diversas, que as frases mais ouvidas atribuam o episódio da rejeição do projeto 133/13 à “dinâmica” da política, “ao processo democrático”, ficou claramente definido quem é quem entre oposição e situação. Afloraram também muitas mágoas. Excessos foram cometidos. Dos dois lados envolvidos. Palavras ásperas e rudes foram utilizadas e, quais saraivada de flechas, acertaram seus alvos de modo mortal.
A situação utilizou amplamente as fotos e os nomes dos vereadores que votaram contrariamente ao projeto, fato que desgostou – e muito – os oposicionistas. A discussão ainda não acabou como quereriam alguns.
Até um voto de repúdio foi pedido ao prefeito – ou seja, melhor, contra o prefeito – fazendo com que o vereador Melado convocasse a retirada de quórum para esvaziar a sessão legislativa da quarta-feira da semana passada.
As manifestações são das mais diversas possíveis e os confrontos políticos acharam campos para ocorrerem. As mágoas aumentam. Os desgostos também. As possibilidades de negociações, mais ainda, se tornaram mais escassas.
O diálogo parece ter reduzido.
Todas as expectativas estão centradas nesta semana, em que a tendência é de que o tema volte à tona, pois em algum momento a Câmara deverá ter que votar o pedido de Galo Del Fabro – um voto de repúdio ao prefeito. Claro que, no voto, a situação vence, mas o constrangimento face à situação que desmonta qualquer entendimento de que são “cavacos do ofício” ou algo assim.
O clima não inspira, ao contrário, conspira contra realizações que possam ocorrer, pois se a oposição cometeu um erro de votar apressadamente um projeto, o Executivo foi mais célere ainda em estimular a execração pública de quem foi contra o projeto que apresentou.
Conciliação, até agora, parece ser uma palavra isolada, indo até mesmo contra as esperanças do presidente da Câmara de Vereadores. Dagberto Reis, por ser o ordenador de despesas do poder e protagonizar o primeiro ano de mandato, conforme acordo prévio entre os legisladores, também enfrenta a incômoda posição de ter que, regimentalmente, fazer encaminhamentos a pedido da oposição. Aí, sim, cavacos do ofício. Mesmo sonhando com a conciliação, enfrenta tempos de turbulência no palácio legislativo.
Semana que entra, expectativa que se acentua.

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