Como se atrasar

Chegar com atraso ao trabalho ou a algum compromisso, mesmo que saindo antes, virou uma rotina indesejável em Sant’Ana do Livramento. Essa é uma constatação a que vêm chegando muitos cidadãos locais, que utilizam as vias públicas para deslocamento. Motivo? Não poderia ser outro: o fluxo de trânsito. E olha que a tendência é aumentar a inclusão de veículos no trânsito local ainda no segundo semestre de 2013, hein!
Acontece assim: marca-se um compromisso para a hora x. Mesmo saindo com 40 minutos de casa ou do local onde se está, se de automóvel, é preciso ficar por vários e prolongados minutos rodando pelos pontos principais do centro da cidade com a exclusiva finalidade de encontrar uma vaga.
Ah, a vaga. É como o pote de ouro lendário no fim do arco-íris. Como a perfeição da beleza buscada pelas eras pelos mais diversos poetas, escritores e amantes.
Vaga para estacionamento é, por si só, a personificação da ausência. Resultado: perdidos 10, 15, 20 minutos ou mais, é gasto o tempo que indicava a vantagem.
Não apenas nos horários de pico, mas em todos os instantes, o trânsito em Livramento registra acentuada presença de veículos, muito mais do que, imagina-se, pode comportar a estrutura física da planta urbana citadina.
Fácil de constatar essa realidade local, ao mesmo tempo em que se constata, com o fluxo turístico, movimento em Rivera não tenha sido tão acentuado quanto se pudesse esperar com o dólar a valor mais alto, mas além do que se poderia arriscar justamente por essa condição. A Fronteira cheia de gente, como popularmente se diz. É assim nos feriados. É assim nos fins de semana. Torna-se assim, a cada dia, também nos dias úteis. Compras, passeios, visitações, enfim… muitas são as atividades dos locais e visitantes que exigem deslocamentos em veículos.
O grande problema, mais do que as ruas atopetadas de veículos, restringe-se a estacionar no centro e isso vale também para a vizinha cidade, especialmente nos trechos mais próximos aos free shops. Fatos que vêm de relatos e uns testemunhados por jornalistas circulando na vizinha cidade, fazem com que a Fronteira proponha repensar, sobretudo no que tange ao papel dos agentes políticos que tomam decisões e do empresariado, alguns pontos essenciais.
Com o dólar em estabilidade, a atração se dá ao natural. Até aí, nada demais, mas levar uma hora para estacionar na Sarandi ou em uma das transversais, ou perder 20 minutos circulando entre João Goulart e Silveira Martins em busca de um local para parar é inominável. Perceba-se o tempo perdido. Primeiro, no trânsito, na circulação em função do número acentuado de veículos, depois, tentando estacionar. Aí vem, nas compras em alguns estabelecimentos, demora no atendimento e as filas de espera para efetuar o pagamento. Mais espera para um almoço ou jantar nos dias de movimento mais acentuado. Não adianta querer mascarar, dizer que não há ou entender essa realidade apenas como uma crítica. Trata-se, tão somente, de uma constatação da realidade.
Buscar circular de carro pelo centro comercial da Fronteira, ponto preferido e necessário de santanenses, riverenses e visitantes, trata-se de uma odisseia, digna dos clássicos gregos da literatura. Sem falar em outra questão. Depois de passar por esse aperto no tráfego, o sufoco para estacionar e conseguir estacionar, surgem aqueles que marcam espaços para exigir dinheiro em troca.

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