O que está faltando?

A rejeição ontem verificada em um projeto do Executivo, na Câmara, deixou algumas coisas claras.
A primeira, a articulação do governo está desgastada, pois inexistiu, no que tange a munir de informações os vereadores da oposição sobre o projeto. E há quem afirme que tem sido assim desde o início do ano, meio a toque de caixa, descontentando, inclusive, situacionistas.
Primeiramente, é possível imaginar que falta um articulador para atuar em âmbito legislativo, mas há mais.
Experientes analistas da política santanense fazem leituras diversas nas conversas de bastidores.
A primeira delas e mais recorrente entre os políticos de plantão e de “cátedra” é que o excesso de confiança de determinados elementos que compõem o núcleo pensante do governo municipal está começando a trabalhar contra. Outros analistas avaliam a existência de uma disfarçada soberba ou falta de humildade, uma espécie de “seachismo” que marca este ou aquele integrante do governo – que esquece estar governo, tendo que retornar à “terra” após os 4 anos se não ocorrer reeleição.
A retórica interna e a praticidade reduzida também são elementos que, inclusive, nos bastidores do legislativo, fazem parte das conversas cotidianas. Como se fosse necessário o governo ouvir mais do que tentar falar, numa analogia à essência da política.
Uma infinidade aponta que a comunicação política também é falha, assim como a comunicabilidade com a sociedade. Entre os que partilham desse entendimento, há dois pontos: o primeiro é que o governo só vai a público quanto lhe interessa e o segundo é que, quando provocado, com situações reais, lida muito mal com as críticas, inclusive desprovidas de conteúdo político.
Glauber Lima sabe que tem em mãos um governo que poderá fazer história e, certamente, deseja isso, porém, precisa, ao que apontem os analistas de plantão – todos raposas velhas do meio político – circular mais nos vários setores da comunidade ouvindo. Não recebendo demandas, atendendo ou exercendo a função de Prefeito a pleno. Ouvindo, a fim de melhorar o interno, haja vista também a situação de um ou outro que, até por boa fé, busque blindar prefeito e vice, evitando que a população chegue a eles com celeridade.
Estes são apenas alguns elementos que fazem o cotidiano das conversas sobre política na cidade.
Analisando conjunturalmente e com a superficilidade que as poucas informaçõs sobre o governo disponíveis permitem, no que se refere a projeto político, fica evidente. O teor estratégico não parece bem conduzido, o diálogo permanece mais no discurso do que na prática e a hábil tentativa de reverter quadros negativos com retórica impõe-se como uma tônica que vai acabar por gerar mais desgastes.
Para o bem de Livramento, tomara que não.
Afinal, independente de ideologia ou sigla, o que estiver faltando precisa ser corrigido urgentemente, pois o que precisa prevalecer é o PS – o Partido de Sant’Ana.

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