Departamento de Tratamento Penal quer incentivar também escritores

O projeto Passaporte Para o Futuro conseguiu lançar, na feira do livro do ano passado, a primeira edição do livro “Vozes de um tempo”, escrito por apenados

Mais de 3.800 volumes foram encaminhados às casas prisionais da região

O “Projeto Passaporte para o Futuro”, além de incentivar a leitura e a ressocialização dos apenados, também já conquistou sua primeira obra, lançada na Feira do Livro de Porto Alegre, em 2012. Conforme Neli Mioto, bibliotecária do Banco de Livros, o projeto tem valorizado muito a produção dos apenados, como no lançamento da primeira obra literária exclusiva dos detentos. “Temos solicitado que haja o incentivo à leitura dentro das casas prisionais e que se estimule a produção de desenhos. Com isso, na feira do livro de 2012, foi lançada a primeira edição do livro “Vozes de um tempo”, todo ele escrito por apenados. Desta região, tivemos autores de Bagé e Dom Pedrito. Inclusive, um deles (de Bagé) foi autografar o livro em Porto Alegre. Este ano, já estamos com a pretensão de editar o segundo volume, e esperamos ter uma participação ainda maior dos apenados”. 

Meta

A equipe do Departamento de Tratamento Penal da Susepe (DTP) explicou, ainda, que o projeto não tem uma data para ser finalizado e a meta inicial é de 150 mil livros. “Mas como sabemos que a vida útil de um livro acaba sendo limitada, até mesmo pelo manuseio, a ideia é estender o projeto para renovar ou repor este estoque. Temos exemplos de casas para onde já foram enviadas três remessas de livros, como Santa Maria, uma das primeiras cidades a ter implantado o espaço de leitura. Para a regional de Santa Cruz também foi enviada uma segunda remessa”, disse Leandro Walter. Ele falou, ainda, que a intenção é disponibilizar cerca de cinco livros por apenado. “Então, hoje, no sistema, são quase 30 mil presos. Temos um total de cerca de 150 mil livros até o término do projeto. A própria lei de execuções penais prevê que haja estes espaços de leituras, nos presídios, e com isso estamos tentando assegurar um direito do preso, de acesso ao conhecimento. Uma oportunidade de, quem sabe, estimular o retorno aos estudos, através do hábito da leitura”.

 Delegado Nelson Rahmeier disse que irá incentivar projeto na região

Diretor da Modulada, Alcino Martins Pinto, Sandra Fonseca e o delegado Nelson

Um projeto que vem dando certo na Penitenciária Modulada de Uruguaiana, agradou, e muito, o delegado regional da 6ª Delegacia Penitenciária, Nelson Rahmeier, durante solenidade de entrega dos livros, do projeto “Passaporte para o Futuro”. Com apoio do Conselho da Comunidade de Uruguaiana e de uma empresa local, a Modulada consegue abastecer de carne a população carcerária e, ainda, parte da comunidade carente da Fronteira. Segundo o diretor penitenciário, Alcino Martins Pinto, o projeto foi uma ideia do ex-diretor, que teve execução em sua gestão, a partir de 2012, e que já vem mostrando seus resultados. “Este projeto foi uma ideia de um colega, que foi diretor anteriormente. Foi feita uma parceria com o conselho da comunidade, pois existia na modulada uma espécie de lago. Outros diretores não tiveram o interesse de fazer, mas o Aranda (ex-diretor), decidiu fazer e o Conselho da Comunidade investiu mais de R$ 10 mil para a terraplanagem e para fazer os tanques. Foram montados quatro tanques de piscicultura, e feita uma parceria com a Emater. Recebemos uma doação, muito importante, de 50% dos alevinos, que foram colocados nos tanques, para dar início. Além de fazer uma suplementação de carne para os apenados da modulada, tudo que sobrar no período de despesca (colher com a rede ou com a tarrafa os peixes dos açudes, currais ou viveiros) será doado às entidades de auxílio aos necessitados da comunidade. O projeto iniciou em setembro do ano passado, e pode ser realizado em qualquer presídio, desde que haja o espaço físico necessário. A nossa modulada é privilegiada, pois temos um espaço físico de 14 hectares de terra, em média. Os tanques têm média de 10 a 15 metros, com o cálculo de espaço por peixe de três metros, para o seu desenvolvimento”. 

Delegado

A Plateia: O projeto pode ser implantado em outras penitenciárias da Região?
Rahmeier: Todos os presídios têm um espaço a mais, previsto, onde de repente pode-se implantar este projeto. Inclusive, Bagé tem três açudes, e pode pegar esta ideia.

 

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.