Sant’Ana do Livramento é o 3º exportador de mel em âmbito nacional
Município lidera as exportações no estado de acordo com dados do IBGE
Hoje é dia do apicultor, profissionais que trabalham com a confecção dos produtos das abelhas, tais como mel, própolis, geleia real, pólen, entre outros. Esse profissional deve conhecer e apreciar o universo e o cultivo das abelhas, o funcionamento de uma colmeia e saber todas as informações necessárias sobre sua reprodução e biologia. A extração dos produtos das abelhas é uma função que exige do profissional cuidados específicos. O apicultor precisa, também, se aprofundar no conhecimento sobre plantas e flores, bem como sobre seu plantio, para melhor desenvolvimento de sua produção apiária.
O apicultor deve gostar e entender a biologia das abelhas e de sua função no ecossistema, e para isso é necessário se ter determinação, disciplina para a realização das revisões das colmeias nas datas determinadas, raciocínio espacial, habilidade manual, paciência e habilidades agrícolas.
Qual a formação necessária?
De acordo com José Alexandre Andrzeyevski Ferrão, presidente da Associação Santanense de Apicultores, essa é uma profissão que não necessita de uma formação específica. A prática da apicultura faz com que o profissional tenha capacidade de desenvolver plenamente sua atividade, embora existam alguns cursos de capacitação e de iniciação. É recomendável, contudo, que o profissional saiba lidar com as colmeias e tenha o mínimo de experiência rural, de modo que saiba cultivar e cuidar do seu apiário. O apicultor deve sempre se informar sobre os melhores produtos para a criação das abelhas, tais como os equipamentos nos quais elas são cultivadas ou até mesmo sobre o planejamento espacial das criações. José Ferrão também faz parte da organização do congresso binacional de apicultura, e salienta que para melhor começar o trabalho realizado na área, existem cursos em parceria com o Sindicato Rural e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Primeiramente se faz o básico, e após o avançado, a partir daí, o profissional estará apto a desenvolver o trabalho que exige muita atenção e dedicação.
De acordo com o apicultor, o vice-presidente da associação, Adão Goulart, está sendo especializado com cursos para a criação de abelhas rainhas. A rainha é personagem central e mais importante da colmeia. Afinal, é dela que depende a harmonia dos trabalhos, bem como a reprodução da espécie. Ela é quase duas vezes maior do que as operárias e sua única função é a postura de ovos, sendo a única abelha feminina com capacidade de reprodução. A vida útil da abelha é de cinco anos no máximo, no entanto, quando atinge seus dois anos de vida, o apicultor a mata, pois ela já não reproduz de forma eficaz, dando espaço para que outra se torne a abelha rainha da colmeia.
A apicultura não exige a presença do profissional diariamente no apiário, logo, pode ser desenvolvida como atividade secundária e como renda complementar da propriedade rural. Pode também ser desenvolvida como atividade principal e de modo profissional, o que exigiria uma experiência e uma quantidade de colmeias maiores.
Áreas de atuação e especialidades
Segundo Sipriano Cezar Silva Pires, o apicultor é um profissional autônomo, que pode exercer suas atividades sem a presença de mais produtores. Portanto, é o único responsável por todo o processo de produção das abelhas, necessitando, assim, de uma área rural disponível para a instalação do apiário. Esse profissional pode trabalhar em sua propriedade rural ou pode ser contratado para trabalhar na propriedade de outro produtor.
Mercado de trabalho
A apicultura ainda é uma atividade familiar. Existem alguns projetos sendo implantados que abrirão novos postos de trabalho, mas como é uma atividade cuja mão de obra é especializada, ainda é difícil encontrar apicultores trabalhando para terceiros. Normalmente, ele trabalha para si, já que a implantação da apicultura é relativamente barata diante de outras atividades agrárias. A apicultura não depende exclusivamente do mercado agrícola do País, tendo sua produção independente da situação econômica da lavoura.
O apicultor informou que em média há, atualmente, duzentos e cinquenta pessoas trabalhando com apicultura, sendo que desses, apenas cento e trinta são inscritos na Associação de Santanense de Apicultores.
Sant’Ana do Livramento é o 3º exportador de mel do Brasil, e 1º município do Rio Grande do Sul – há apenas dois municípios que superam Livramento em exportação de mel, dados do IBGE de 2010.