Hoje é o dia do Fonoaudiólogo

O Fonoaudiólogo, profissional da área de saúde com formação superior em Fonoaudiologia, cuida dos distúrbios da fala, audição, escrita, leitura e demais problemas que afetam a comunicação humana. 

Fonoaudióloga Karine Prado

A profissão foi regulamentada no Brasil em 9 de dezembro de 1981, através da lei n° 6.965, daí a razão da escolha da data para homenagear os fonoaudiólogos.

De acordo com o Conselho Federal de Fonoaudiologia, Audiologia, Linguagem, Motricidade Oral e Voz são as especialidades reconhecidas na profissão e, consequentemente, áreas de atuação do fonoaudiólogo.

Atuando em consultórios, clínicas, hospitais, postos de saúde, escolas e instituições especializadas, o profissional trata as disfunções da fala e escrita e desempenha importante papel na integração social de pessoas com tais deficiências.

Pode também auxiliar profissionais que precisam da voz para executar determinadas atividades, como professores, políticos, locutores e artistas, além de elaborar programas de redução de ruído em fábricas e indústrias e reeducar músculos da cabeça e pescoço de portadores de aparelhos dentários.

O curso superior em Fonoaudiologia tem duração média de quatro anos e disciplinas básicas da área de Medicina, Psicologia e Pedagogia. Além de matérias específicas da área de Matemática e Física, e aulas de Fonética e Linguística.

Para explicar como é o dia a dia da profissão e as principais atribuições de um fonoaudiólogo, a reportagem de A Plateia entrevistou a fonoaudióloga Karine Prado, responsável pelo Serviço de Fonoaudiologia na Santa Casa de Misericórdia e no Centro Hospitalar Santanense.

A Plateia: Quando e por que você quis se tornar uma fonoaudióloga?
Karine Prado: Tudo começou no último ano do ensino médio, quando fui realizar um teste vocacional na escola onde estudava. O resultado do meu teste apontava aptidão para áreas da saúde e comunicação. Fiquei ainda mais perdida na escolha da profissão, porque não conseguia imaginar algo que ligasse as duas áreas. Acabei iniciando o curso de Economia. Já no primeiro semestre, descobri que esse não era o caminho certo. Acabei encontrando um amigo que não via há muito tempo e conversando, ele me contou que estava cursando Fonoaudiologia em Santa Catarina. Fiquei curiosa e interessada no que ele me descreveu. Comecei a pesquisar sobre a profissão e descobri que esse era o meu caminho. Afinal, ali estava uma carreira que unia a saúde e comunicação. Pedi transferência do curso de Economia para Fonoaudiologia e, em 2012, completei 10 anos de formada.

AP: Quais são as áreas de atuação do fonoaudiólogo?
KP: A Fonoaudiologia é uma profissão de múltiplas áreas. Fonoaudiólogo é o profissional da área da saúde que atua na promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento da comunicação oral e escrita, voz, audição e funções orofaciais, como a mastigação, deglutição e respiração. Além de prevenir o desenvolvimento de problemas de comunicação e das funções orofaciais, o fonoaudiólogo pesquisa e avalia suas possíveis causas, para aplicar a terapia capaz de saná-las. Trabalhamos com indivíduos de todas as idades, desde o recém-nascido até o idoso. Ainda na faculdade, sempre mostrei maior interesse pela área da audição, e em seguida à formatura, já iniciei um curso de pós-graduação em audiologia. Em Porto Alegre, trabalhei no Serviço de Audiologia do Hospital Ernesto Dornelles e do Hospital Moinhos de Vento por 6 anos. Acabei me direcionando basicamente para essa área. Desde então, sou a profissional responsável pelo Serviço de Fonoaudiologia na Santa Casa de Misericórdia e no Centro Hospitalar Santanense, este último abriga meu consultório particular.
Na Santa Casa, atuo na maior parte do tempo na maternidade da instituição, realizo diariamente a Triagem Auditiva Neonatal (Teste da Orelhinha) e oriento, quando necessário, mães, familiares e profissionais cujoos bebês necessitam de atendimento diferenciado. É o caso de crianças com fissuras lábio palatinas (lábio leporino), síndromes, prematuros, entre outros. Também realizo atendimento em adultos, na UTI, ou nas outras unidades, na maioria das vezes pacientes com sequelas de AVC (acidente vascular cerebral) e Disfágicos (com alteração de deglutição).
Já no meu consultório, trabalho diariamente com avaliações auditivas e terapia de fala e voz em adultos e crianças.

AP: As pessoas procuram a fonoaudiologia em que situação?
KP: O atendimento hospitalar é realizado sempre segundo a prescrição do médico que acompanha o paciente. Já no consultório, a minha maior clientela é de adultos/idosos com queixa de diminuição da audição. E o público infantil, devido a alterações de fala. São crianças que trocam ou omitem letras, estão com atraso no desenvolvimento da linguagem, apresentam dificuldade de aprendizagem, entre outras queixas. Mas a grande maioria da criançada apresenta dificuldade de fala. Os pais, hoje em dia, estão mais atentos ao desenvolvimento das crianças e logo que percebem qualquer dificuldade costumam procurar ajuda.

AP: Como é, na sua opinião, o mercado de trabalho para o fonoaudiólogo atualmente?
KP: A Fonoaudiologia ainda é considerada uma profissão nova, pois foi regulamentada no Brasil há apenas 30 anos. Ainda é pouco conhecida no geral, isso dificulta muito o mercado de trabalho. Em grandes centros, existem mais oportunidades, mas também uma concorrência muito maior. Eu me sinto muito satisfeita, pois nunca fiquei sem emprego. Sai da faculdade já contratada. Depois, com a minha mudança para Sant’Ana do Livramento, fiquei muito insegura com o mercado de trabalho, mas fui muito bem recebida na cidade. Acredito que como nas demais áreas o sucesso vem da vontade e da satisfação do profissional com a escolha da sua carreira. Temos inúmeros casos de colegas que abandonaram a profissão por dificuldade de colocação no mercado. Mas também temos outros extremamente bem sucedidos. Fácil não é, mas não tem como desistir daquilo que se ama.
Quero deixar aqui um parabéns especial às minhas colegas santanenses Rosilene Gaertner, Luciane Rodrigues, Ingrede Pessoa, Palmira Righi, Claudia, Cinthia e Mirna.

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