Regional 2 da Farsul realiza assembleia em Livramento e reelege Tarso Teixeira

Encontro também tratou de vários outros temas específicos, como a necessidade combater o abigeato

Ao centro, Tarso Teixeira, reeleito, acompanhado do presidente da Rural santanense, Luiz Claudio Andrade

Sant’Ana do Livramento sediou encontro dos representantes de sindicatos rurais pertencentes à Regional 2 da Farsul, no início desta semana. O evento serviu para que as lideranças ruralistas, reunidas na sede da Rural santanense – no parque de exposições Augusto Pereira de Carvalho -, fechassem questão sobre alguns dos principais temas que preocupam o meio rural. Disparadamente, o abigeato é a principal preocupação. Participaram do evento o capitão André Moura, comandante do policiamento em âmbito de 2º Regimento de Polícia Montada da Brigada Militar, acompanhado do sargento Antônio.

Também é foco para acentuar a perspectiva de combate, visando reduzir a incidência do crime, o contato com o coronel Campos – que atuou no Renafron – a fim de que empreste seu apoio e conhecimento. Tarso Teixeira, presidente do Sindicato Rural de São Gabriel e vice-presidente reeleito da Regional 2 da Farsul, apresentou uma explanação sobre a questão (leia artigo Operação Complicare?).

Os ruralistas presentes também se manifestaram de forma contrária à perspectiva de retomada do extinto Instituto das Carnes, em função de ter sido uma experiência que pouco ou nada contribuiu com o setor produtivo. Tanto é que a experiência reuniu muito mais agentes políticos entre seus mais de 48 membros, do que técnicos e produtores, o que levou o ente à bancarrota. Além disso, os integrantes das Regionais 1 (que compreende Rosário do Sul) e 2 decidiram pela reativação da Comissão da Pecuária de Corte da Farsul, pleito que será levado à federação com o pedido de que os integrantes formadores sejam da região da campanha e fronteira, produtoras de carne e não de outras zonas, onde a produção de carne é de pequena escala.

Operação Complicare?

O Rio Grande do Sul é um Estado com costumes bastante típicos, que o diferenciam dos demais Estados da federação. Além do chimarrão e da bombacha, tornou-se hábito nos pampas as operações da Polícia Federal um ano antes das eleições para governador. Claro que pode ser também uma coincidência, mas quem ainda se lembra de 2009 e do estrondo causado pela chamada Operação Rodin não ficará surpreso ao ler sobre a Operação Concutare, que colocou atrás das grades algumas influentes personalidades da política gaúcha, tanto da esquerda, quanto da direita. Desta vez, o foco é o Meio Ambiente. Nos tempos da Operação Rodin, segredos de justiça vazavam com facilidade para órgãos de comunicação, e no ano seguinte, a eleição para o Governo do Estado foi vencida pelo ex-ministro da Justiça, comandante-em-chefe das investigações que massacraram o governo anterior. Uma vez mais, a operação atinge especialmente adversários do atual governo – o secretário de Meio Ambiente de Porto Alegre, membro do PMDB, e o secretário de Meio Ambiente do governo anterior, liderança do antigo PPS, fortemente vinculados ao governo Ieda. Tudo bem, a operação atinge também um secretário do governo atual, mas trata-se de um líder do PC do B, partido que apresentou candidatura competitiva à prefeitura de Porto Alegre, nome sempre lembrado para as disputas estaduais. Por acaso, as investigações apontam pagamento de propinas para campanhas eleitorais, o que pode atingir em cheio um pequeno partido que cometeu o pecado de disputar com o PT o eleitorado de esquerda. Rapidamente, o PC do B declarou que os principais projetos da Secretaria do Meio Ambiente surgiram na chamada Sala de Gestão, ligada ao governador. Ao que tudo indica, vem muita manchete por aí. Em meio a tudo isso, um fator importante deve ser considerado. O povo gaúcho finalmente conhece o resultado da política ambiental nefasta do Estado, onde burocratas da Fepam decidem o futuro de investimentos que geram emprego e renda. Neste meio, muitos agentes públicos se especializaram em criar dificuldades para vender facilidades. Quem neste Estado já precisou de uma licença ambiental para uma construção, uma demarcação de reserva ambiental em propriedade rural, sabe do que falamos. Se esta investigação conseguir promover uma ampla discussão sobre os rumos da Sociedade, já terá cumprido seu papel. Se, ao invés disso, servir apenas como pano de fundo de uma disputa pré-eleitoral, o verdadeiro dano continuará sem ser combatido, e talvez valesse a pena rebatizar a investigação como Operação Complicare. Algo que apenas confunde o cenário, mas não resolve.

Tarso Francisco Pires Teixeira
Presidente do Sindicato
Rural de São Gabriel
Vice-Presidente da Farsul

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