Uma compreensão

Ouvindo o depoimento do empresário e advogado Antonio Zuheir Badra, nascido em Amã, na Jordânia, que aos 7 anos de idade já trabalhava, aos 12, já no Brasil, era vendedor, sem falar absolutamente nada de português, fica, mais do que a lição de vida, a compreensão. Ele foi o protagonista do projeto da Associação Comercial e Industrial de Livramento (Acil), denominado Conta Quem Faz. Analisando as recordações de Badra sobre as lições que aprendeu na vida, no cotidiano do comércio, é possível compreender algumas situações.

O novo perfil do empresário moderno é o que Badra seguia há mais de quatro ou cinco décadas. Ou seja, uma lição que está sendo propagada hoje, já fazia parte do cotidiano há 50 anos. Era empreendedorismo, já naquele então. No Oriente e, na migração para o Brasil, também.

Outra compreensão: o brasileiro, nato, não é empreendedor. O brasileiro não ousa. Continua sendo, como afirmam os especialistas, conservador, no que tange investimentos, correr riscos, a dinheiro.

Está na tendência de mudar essa postura?

Talvez. Para mover a roda da economia, existem, pelo menos, dois elementos fundamentais, básicos, investimento e multiplicação de investimento. Para colher, é preciso investir, não há como ganhar dinheiro – salvo pela especulação financeira em raros momentos – sem colocar dinheiro. Não há como multiplicar dinheiro sem aplicar dinheiro.

O grande xodó do brasileiro é um só. A poupança, que teve a rentabilidade menor, de 6,70%, mas não exige o pagamento de Imposto de Renda (IR). É dinheiro guardado, parado do ponto de vista de seu detentor, está rendendo, sim, mas principalmente para os bancos e muito pouco para o aplicador. Questão fundamental: é seguro!

Talvez as lições ancestrais sobre a necessidade de correr riscos calculados precise ser retomada, como faz quem quer crescer. E isso em tempos quando a vida, com nada de tecnologia de comunicação, era muito mais difícil, hein. Mais do que a lição, fica a postura de quem contou por que fez.

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