Medicamento genérico caiu no gosto da população

Santanenses optam por medicamentos mais baratos

Camila Simões, farmacêutica

Apesar de já estarem disponíveis há mais de 10 anos no Brasil, ainda existem muitas dúvidas quanto à eficácia dos medicamentos genéricos em relação aos de marca e a sua diferenciação dos similares. Segundo Camila Simões, farmacêutica, os medicamentos de marca, por serem inéditos, têm altos investimentos em pesquisa e, durante alguns anos, a patente garante ao fabricante o pagamento desses valores, uma vez que o remédio ainda não pode ser genérico. Quando expira a patente de um determinado remédio, os laboratórios podem, então, produzir o genérico, já que o produto deixa de ter proteção e pode ser copiado pela concorrência. Portanto, o efeito deste medicamento é o mesmo do de marca, pois para serem registrados eles também necessitam estar em conformidade com os termos de segurança, potência, administração, qualidade e desempenho.

Aline Araújo, gerente, e Patrícia, farmacêutica

De acordo com Camila, ainda há algumas pessoas que não aderiram ao uso de medicamento genérico. “Às vezes, oferecemos o medicamento genérico e a pessoa se recusa a levar”, avaliou. Na farmácia onde Camila é farmacêutica, os dados comprovam que a população santanense prefere medicamentos de referência, atingindo 40%, 30% os medicamentos similares; e 20% os genéricos. Ainda segundo a farmacêutica, geralmente, as pessoas pedem por medicamentos genéricos em função de que o preço é significativamente menor. “A ação do medicamento é a mesma”, afirma a farmacêutica, na comparação com os dois tipos de medicamentos.

Patrícia Helena Barreto Vera, farmacêutica de outra rede de farmácias do centro da cidade, também ressaltou a procura por medicamentos genéricos. “O medicamento é o mesmo, pois são feitos dois testes, um de biodisponibilidade e outro de bioequivalência, isso é uma norma, é lei”, assegurou. Embora o efeito de um genérico seja bioequivalente ao do remédio em que ele se baseia, financeiramente, os genéricos custam, por lei, 35% a menos do que os chamados medicamentos de marca. “O que, por vezes, ocorre é que o genérico fica mais caro, pois o fabricante do remédio de marca faz promoções para reconquistar o mercado”, esclareceu. “Percebemos que no decorrer dos anos o pessoal aderiu ao genérico, pois, vendemos muito mais medicamentos genéricos do que éticos, que são os de referência”, avaliou. Patrícia completou dizendo que geralmente as pessoas que preferem os remédios de referência são as idosas.

Já os medicamentos similares, assim como os genéricos, têm o mesmo princípio ativo de marca, mas no registro dos similares não são exigidos os testes de bioequivalência, que garantem os mesmos efeitos no organismo dos medicamentos correspondentes.

 

“Em média, 75% dos medicamentos vendidos aqui na farmácia são genéricos. Normalmente, as pessoas com mais idade preferem o medicamento que o médico prescreve, sem ao menos consultar preços”,
Adriano Tambara Souza 26 anos, responsável técnico de farmácia

 

 

“Prefiro os medicamentos éticos, os genéricos parecem ser mais fracos, não agem no organismo da mesma forma. Tenho hipertensão, e já testei os genéricos, não resolvem meu problema, acho que depende muito do organismo”,
Celia Martins Magalhães 55 anos.

 

 

“Compro apenas medicamentos genéricos, pelo preço, que é significativamente mais baixo. Tenho uma pessoa diabética na família, que toma três medicamentos diferentes e precisa comprá-los quinzenalmente, então para ele não é vantagem levar medicamento ético, até mesmo pelo salário que ele recebe”,
Denise Pereira Morel 42 anos

 

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