Nova avaliação

Não faz muitos dias, o assunto foi abordado no programa Canal Livre, ao meio-dia, na RCC FM, quando da presença da coordenadora Meire Garagorry, titular da 19ª CRE. A questão foi sobre a avaliação dos estudantes e os motivos pelos quais há tanta evasão e reprovações, principalmente quando o assunto é a área de exatas: matemática, principalmente.

Passados alguns dias, é confirmada a informação de que o Estado Gaúcho propõe e analisa o que qualifica como um novo modelo de avaliação, que poderá levar os professores a definirem um padrão de notas. Na atualidade, há uma série de escolas da rede estadual que trocaram as notas por pareceres, em que pese haver um grupo de especialistas que alerte para o uso de uma avaliação para vários alunos similares. Isso seria possível de ocorrer em função da sobrecarga.

Na prática, tais elementos estão em processo de implantação desde 2012 no Rio Grande do Sul, mas esse sistema, denominado método de avaliação emancipatória, ainda é tema de debates, pois divide opiniões de acadêmicos e professores estaduais. Contudo, entre os que defendem o recurso como uma melhor forma de acompanhar a aprendizagem do aluno, existem aqueles que sustentam que sua aplicação é complexa e pode colocar em jogo o real objetivo – ainda mais em uma rede de ensino tão grande como a gaúcha.

Vale recordar que no ano passado o governo gaúcho implementou o parecer descritivo – com um relato sobre o desempenho do aluno, no lugar apenas de uma nota – como forma de avaliar os estudantes do 1º ano do ensino médio. A reforma chegou ao segundo ano já no início de 2013, mesmo com a resistência de alguns professores e do sindicato da classe. Os defensores explicam que a implantação dos pareceres descritivos e conceitos vieram para quebrar a rigidez das notas. Alguns professores têm 200 alunos na semana. Se ele for demorar na descrição de cada um, o tempo de trabalho é enorme, entretanto.

Porém, é preciso salientar que alguns educandários já utilizam textos padronizados que somente são mudados pelo professor com a inclusão de algumas observações rápidas sobre o aluno. Claro que o padrão é determinado pelo próprio professor, com base naquilo que consegue captar dos educandos.

No Estado gaúcho, entretanto, existe a confirmação de que professores e funcionários estão sendo preparados para trabalhar com o novo método, através de cursos, palestras, oficinas e mostra de trabalhos.

A proposta de nova avaliação aponta para que sejam levados em conta três conceitos. São eles diferentes e determinarão pela aprovação ou reprovação do aluno: a Construção Satisfatória de Aprendizagem (CSA), Construção Parcial de Aprendizagem (CPA) e a Construção Restrita de Aprendizagem (CRA). O aluno é reprovado se obtiver CRA em duas áreas de conhecimento. Se ele ficar com CRA em uma área, será aprovado de ano e acompanhado por um Plano Pedagógico de Apoio Didático (PPDA). Nele, estão descritas as dificuldades que o aluno deve corrigir com ajuda dos professores.

O ponto, de acordo com os defensores, é abordar os temas de forma interdisciplinar e levando em conta o contexto de vida dos alunos. São trabalhadas áreas de conhecimento, sem, entretanto, desmontar as disciplinas, tendo que haver a interdisciplinariedade, pois a física se relaciona com a química, a biologia, a matemática e até outras áreas. Esses setores não são isolados uns dos outros e nem e outras áreas. O foco central é acabar com a decoreba – por parte dos alunos – e a medição de conhecimento do aluno em números por parte do professor.

O cerne de tudo isso é a chamada construção do conhecimento, teoria que se solidifica diante de alguns entendimentos do governo gaúcho.

Por outro lado, há quem acuse um outro risco, ainda mais significativo: a aprovação automática, que seria derivada de uma série de decisões e análises realizadas em sala de aula pelos professores.

Que o assunto ainda vai dar muito o que falar, é inegável. Construído ou estimulado, da forma como for, é vital estabelecer o raciocínio do educando como forma de garantir que o conhecimento se consolide, pois esse é o preceito fundamental.

 

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