Tudo de novo. Sexta-feira foi de alagamentos em diversos bairros da cidade

Após chover mais de 120mm em dois dias, o frio chega à Fronteira da Paz

Imagens de satélite mostravam, na manhã de sexta-feira, uma grossa camada de nuvens sobre boa parte do Uruguai e Sant’Ana do Livramento

A Estação Meteorológica da rádio RCC FM e jornal A Plateia mostrou que o acumulado de chuva entre a quinta e sexta-feira ultrapassou os 120 mm, em Sant’Ana do Livramento.

Imagens de satélite já mostravam, na manhã de sexta-feira, uma grossa camada de nuvens sobre boa parte do Uruguai e Sant’Ana do Livramento, o que já anunciava o quanto o dia seria conturbado para os santanenses. Somando 42mm de chuva ao longo do dia, vários pontos da cidade continuaram em situação de risco e com alagamentos de córregos e bueiros, entupidos em função do lixo acumulado em via pública. A chuva torrencial também tornou algumas ruas da cidade intransitáveis, especialmente aquelas que não possuem calçamento.

Sérgio Luiz da Silva e sua família temem que a água de córrego chegue até sua residência

Um exemplo disso aconteceu na Escola Olavo Bilac. A diretora da instituição, Jussara Cacildes, relatou que há alguns anos a comunidade escolar está preocupada com a água e a lama vindas da Av. Saldanha da Gama e Parque de Exposições Augusto Pereira de Carvalho, o que fragiliza a estrutura dos muros e das salas de aula dos pavilhões mais antigos do educandário. “Além disso, tem o risco de doenças, pois juntamente com a água existe a invasão de lixo e esgoto, inviabilizando o bom andamento das aulas e projetos, como o Programa Mais Educação”, destacou ela.

Ainda segundo a diretora, os devidos encaminhamentos já foram feitos às autoridades competentes, os quais constam no PNO (Plano de Necessidades de Obras), para uma melhor canalização. “Solicitamos a agilização dessas obras prioritárias, pois cada vez que chove ressurge o antigo fantasma. Até quando teremos que esperar uma solução?”, completou a diretora.

O morador do Jardim Europa, Sérgio Luiz da Silva, ficou apreensivo quando o bueiro que passa por seu terreno quase transbordou, na manhã de sexta-feira. Segundo ele, a intenção é de que esse espaço seja canalizado. No entanto, desde 2011, ele entrou com projeto na Secretaria Municipal de Planejamento, solicitando a mão de obra para o local. “Faz um ano e meio que tenho o material, tudo comprado por mim, para fazer essa canalização. A única coisa que falta é a mão de obra”, relatou o morador.

Segundo Sérgio, ele compareceu, na quinta-feira, na Secretaria do Planejamento, já com toda a documentação em mãos, mas recebeu a alegação de que não poderia ser realizada obra somente naquele local, mas em toda a região. “O terreno é meu, quero arrumar o que está nessa parte. A terra está cedendo com a força da água e tenho medo que cause danos na estrutura da minha casa”, destacou.

O morador, também do Jardim do Verde, Nei Farias, contou que foi forçado a ficar em casa, pois a chuva havia alagado toda a sua rua. “Pior foi ontem (quinta-feira), quando minha vizinha foi resgatada de sua casa que estava alagando. Ela, com 17 anos, e um bebê de seis meses, foi muito assustador”, relatou. 

Chuva prejudica comércio 

O vendedor Michael Oliveira não conseguiu trabalhar na quinta e sexta-feira

Em dias de chuva, quem sai de casa? Essa foi uma das principais afirmativas feitas pelos comerciantes locais, que viram o fluxo de compradores diminuir sensivelmente nos últimos dias de instabilidade.

A vendedora Ana Clara Costa, 54 anos, ficou toda a quinta-feira e a manhã de sexta sem trabalhar. “Trabalho na calçada, não posso colocar a mercadoria para fora. Hoje à tarde (sexta), ainda consegui colocar os produtos à mostra, mas o movimento está muito fraco”, avaliou. 

O comerciante Michael de Oliveira, 23 anos, contou à reportagem que não conseguiu trabalhar nos últimos dois dias. “Pior é quando há chuva com vento. Quinta, fui embora mais cedo, e hoje (sexta) nem consegui trabalhar”, lamentou.

Venda de guarda-chuvas supera a expectativa

Venda de guarda-chuvas aumentou 90%, em loja do centro da cidade

Apesar de o movimento ter diminuído consideravelmente, em uma loja de presentes do centro da cidade, a venda de guarda-chuvas superou a expectativa. “Durante a manhã de sexta-feira, as vendas de guarda-chuvas aumentaram cerca de 90%, o que foi surpreendente”, destacou a gerente Marcia Antunes.

População prefere táxi a ônibus

O taxista Douglas Navarro, 29 anos, afirmou que o movimento aumentou cerca de 50% nesses dias chuvosos. “O pessoal tem afirmado que prefere pegar táxi a ter que esperar o ônibus, que geralmente está lotado e atrasa nos dias de chuva. O fluxo está bom”, ponderou.
Em compensação, as dificuldades no trânsito estão dobradas, segundo o profissional. “O risco é maior, pois a visibilidade fica comprometida”, disse ele.

Fim de semana de sol e frio

A previsão para o fim de semana, segundo a meteorologista Estael Sias, é de que as condições melhorem e o tempo se firme: “Ao longo do dia de sábado, a chuva e a nebulosidade diminuirão bastante, acredito que haja abertura de sol, inclusive”, afirmou ela.
A temperatura deverá cair consideravelmente. No sábado à noite, a temperatura deverá ficar em torno dos 11°C. O amanhecer de domingo será de temperaturas em torno dos 9°C ou 10°C e o dia ensolarado, porém, ventoso.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.