“Se a guerra fiscal não tiver um fim, país ficará caótico”. Senador Dulcídio Amaral (PT-MS) propondo a unificação nacional do ICMS
ROSE E A SUCESSÃO
A reportagem desta semana da revista Veja sobre o poder desfrutado pela ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, ou simplesmente Rose para seus amigos próximos, já é assunto prioritário nos altos escalões petistas.
E não se trata de uma especulação da revista, pois ela teve acesso ao texto final de uma sindicância investigativa promovida pela Casa Civil da Presidência. Desde que Rose saiu do restrito mundo oficial e foi para as manchetes da imprensa que ela se encontra abandonada pelos antigos companheiros e beneficiários de seu poder real junto ao então presidente Lula e até mesmo no atual governo.
Rose, como todas as pessoas despreparadas para determinados cargos, deixou-se embriagar pelo deslumbramento do poder já que sua proximidade com Lula se dava em espaços íntimos e reservados, os quais o escritor francês Anatole France definia com apenas uma frase: “Não existe intimidade para o seu valet de chambre”.
Anatole France queria dizer que quem serve o patrão na intimidade de seu quarto – aquele criado que traz o desjejum, sugere o traje do patrão, etc – sabe de todos os segredos mais íntimos do chefe e tem atenções especiais como confidências jamais repartidas com outros assessores ou empregados.
Agora, com o Caso Rose novamente nas manchetes há quem aposte no primeiro lance da sucessão presidencial favorecendo Dilma e deixando Lula numa situação de constrangimento. É preciso que se explique esse emaranhado de maledicências.
Dilma Rousseff gostou da vida presidencial (quem não gosta?) e Lula também sabe o quanto é bom ser o presidente do Brasil. Mas lá no Planalto só cabe uma pessoa e Dilma tem tudo para se reeleger, conforme as pesquisas. A Operação Porto Seguro da Polícia Federal que desvendou o poder de Rosemary Noronha teve o aval do Palácio do Planalto, deixando Lula numa situação desconfortável.
Mesmo que Lula e Dilma se elogiem mutuamente em encontros públicos quem vai concorrer em 2014? E se Rosemary sentindo-se abandonada contar tudo o que sabe? Até onde foi o seu poder que lhe proporcionou até uma hospedagem VIP no “quarto vermelho” da sofisticadíssima embaixada brasileira em Roma?
A novela da sucessão presidencial começou. Muitos capítulos serão apresentados daqui para diante, mas a frágil e desordenada oposição brasileira não deve se entusiasmar muito com o Caso Rosemary. Talvez ele não dure até 2014. O PT acompanha tudo com mais atenção que o PSDB e talvez resolva a questão com seus métodos dissuasivos.
EXPLICAÇÃO
Sobre o uso das dependências da embaixada brasileira em Roma, José Viegas, o embaixador à época da visita de Rose e seu marido disse apenas que não podia discriminar quem chegava lá “com dinheiro público ou privado”. O casal Noronha estava a passeio em Roma, mas recebeu tratamento de autoridade com motorista e hospedagem.
A INVESTIGAÇÃO
Quem determinou a abertura de sindicância para investigar o enriquecimento de Rose Noronha foi a ministra Gleise Hoffmann, da Casa Civil. A Controladoria Geral da União foi a responsável pela investigação. É claro que com o aval da presidente Dilma.
NADA A ESCONDER
“Acredito que isso é importante para que seja desvendado e esmiuçado o modus operandi da quadrilha que se instalou no seio do governo. Não é possível que um relatório sugerindo a abertura de um processo disciplinar administrativo contra um servidor público seja mantido em segredo para evitar instabilidade institucional. O que o governo está querendo esconder?”, disse o deputado Rubens Bueno (PR), líder do partido Mobilização Democrática (fusão do PPS com o PMN) na Câmara que quer conhecer o conteúdo da investigação sobre Rosemary Noronha.
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