As pedras no caminho do Governo

Duas destacadas figuras públicas estão provocando incômodos ao governo federal: a ex-ministra Marina Silva, provável candidata à Presidência da República, e o ministro Luiz Fux, do STF.
Marina é um estorvo perigoso para a reeleição da presidente Dilma Rousseff, assim como a nova sigla que deve nascer da fusão entre o PPS e o PMN.
O presidente do PPS, Roberto Freire, informou que a maciça maioria dos membros dos dois partidos quer embarcar logo na candidatura de Eduardo Campos e isso significa um reforço considerável para as pretensões do neto de Miguel Arraes.
A soma de votos de Marina, Campos, Aécio Neves (PSDB) e os dos “nanicos”, pode tornar inevitável o segundo turno nas eleições do ano que vem.
Não convém correr riscos e, na tentativa de frustrar a criação do partido de Marina – a Rede – e a fusão anunciada por Freire, líderes governistas tentam acelerar na Câmara Federal a tramitação de um projeto que dificulta a vida de novas siglas.
As verbas do fundo partidário e do tempo de propaganda no rádio e na TV não beneficiariam as novas agremiações e isso, para a direção da Rede, é “um golpe contra a democracia”.
Sabidamente, não é a criação ou fusão de partidos que vai melhorar a política brasileira.
Temos partidos de sobra e muitos de ocasião, mas que se trata, neste caso, de uma manobra casuística e pouco republicana, destinada a prejudicar eventuais adversários, disso também não se tem dúvidas.

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Já nos gabinetes e corredores do STF e, em especial, no plenário, falta a presença do ministro que deve suceder o ex-presidente Carlos Ayres Brito, afastado da Corte, em razão da idade, desde o final do ano passado.
A escolha está emperrada na Presidência da República por conta, em boa parte, da entrevista do ex-ministro José Dirceu proclamando que o ministro Luiz Fux o “assediou moralmente” quando em campanha para chegar ao STF.
A fim de obter o apoio de José Dirceu, ele teria, espontaneamente, acenado com a absolvição do ex-chefe da Casa Civil no processo do “mensalão”.
A entrevista de Zé Dirceu e a resposta de Fux – “ministro do STF não polemiza com réu” – provocaram temores de que a indicação de ministros para o Supremo passe ser vista, a partir de agora, como “negociadas” pelo Planalto, em troca de votos simpáticos a causas de seu interesse.
Ora, também neste caso, sejamos claros. Todos os candidatos a ministro do STF ou do STJ (Superior Tribunal de Justiça), percorrem gabinetes de políticos influentes em busca de apoio para serem nomeados. É inequívoco que, se Luiz Fux prometeu o que não podia e nem devia prometer, errou.
José Dirceu, sabido que é, de olho na hora que está chegando dos últimos recursos dos condenados pelo “mensalão”, disse o que disse para que acontecesse o que acabou ocorrendo: constrangimentos generalizados e, com isso, a tentativa de mudar a sua sorte e, quem sabe, livrar-se da prisão.

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