Incógnitas da economia e da Copa

A presidente Dilma Rousseff parece navegar serena, neste início de ano, no caminho da reeleição. Tão tranquila quanto as águas do mar da Bahia, onde ela se refugiou, com a família, nos festejos da chegada de 2014.
Desde a última pesquisa de intenção de voto realizada, nada mudou expressivamente na cena política do país.
Mas, e sempre há um mas, entre algumas trombadas envolvendo ecologistas da Rede e representantes do agro negócio, anuncia-se para os próximos dias a definição do nome de Marina Silva como candidata a vice-presidente, na chapa encabeçada por Eduardo Campos.
Este é um fato novo. E pode ser significativo.

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Aécio Neves parece não empolgar o eleitorado, mas foi quem bateu de frente com o governo ao ridicularizar, esta semana, o ministro Guido Mantega, que antecipou o resultado do superávit primário de 2013, para acalmar os “nervosinhos”. O candidato do PSDB enumerou, a propósito, cinco indicadores econômicos recentes e preocupantes:
a) – a fragilidade do superavit primário, atingido com ajuda de receitas extras (bônus da privatização do campo de petróleo de Libra), que não devem acontecer em 2014, tornando este um ano muito difícil;
b) – os números da balança comercial brasileira, recém divulgados, mostram que 2013 teve o pior desempenho dos últimos 13 anos.
c) – a expressiva desvalorização da Petrobras: em 2013 a estatal foi a empresa de capital aberto que mais perdeu valor de mercado em termos nominais, segundo a consultoria financeira Economatica. Em apenas três anos, o atual governo reduziu-a a menos da metade do seu valor.
d) – recorde na carga tributária: a Receita Federal divulgou a arrecadação de 2012, que chegou a 35,85% da renda nacional.
e) – diz, finalmente, Aécio: PIB em baixa, inflação em alta; a bravata do “pibão” na casa dos 4%, prometidos para 2013, deve acabar reduzida a um humilde “pibinho” abaixo de 2,5%. Também é bom lembrar que em 2013 a inflação voltou a assombrar as feiras e os supermercados.
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A Copa do mundo de futebol pode mascarar muita coisa, mas também é capaz de provocar dores de cabeça ao governo, seja pelos protestos populares (contra os políticos, não contra a equipe de Felipão) e pela evidência dos gastos absurdos feitos em estádios e obras de infra-estrutura semi-acabadas.
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, fez mais uma dura crítica às obras da Copa, ao dizer que o Brasil é o país mais atrasado desde que ele está na entidade, há 40 anos, mesmo sendo o único que teve tanto tempo – sete anos – para se preparar.
Um dado preocupante obtido pelo colunista: temos perto de 5.000 taxis em Porto Alegre. E, entre todos, há apenas três taxistas que falam inglês fluentemente.
Portanto, mesmo que agora os números das pesquisas sejam favoráveis a Dilma Roussef, há muito ainda que navegar.
E o mar pode ficar revolto.

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