Questão a se pensar

Os conflitos são parte da realidade. Sem eles, talvez fosse chato viver… A mesmice nunca é agradável. Somos movidos pelo novo, por aquilo que nos provoca, nos faz sair do lugar, move nossos olhos em alguma direção. E em alguns momentos somos colocados diante de determinadas situações que testam nossas capacidades.

É aí que sabemos como conhecer nossas potencialidades, o que podemos ou não fazer. Recuar, agir, ter cautela, ter perspicácia. As ações se misturam à medida de nossas percepções. E o que fazer? Qual a melhor atitude? Tudo depende de cada um, porque somos diferentes, porém, ao mesmo tempo iguais. É por este motivo que devemos pensar sempre no todo. Não vivemos isolados, mas, de outro modo, integrados.

Muitas são as distâncias que nos separam uns dos outros. Distâncias afetivas, de desejos, de intenções, ou mesmo territoriais. Sim, porque vivemos em um mesmo terreno, mas as colmeias humanas, chamadas pelos humanos de cidades, estão há alguns quilômetros umas das outras. O fato é que é preciso pensar no todo. Não vivemos sozinhos, no máximo, nos escondemos na solidão como forma de fugir desse cotidiano turbulento com o qual, é claro, aprendemos a conviver.

Nem por isso devemos satisfazer-nos com tudo isto. Precisamos agir. Para cada coisa, uma solução; para cada problema, uma saída. Entretanto, o coletivo, infelizmente, é esquecido, e o individual realçado nesta sociedade dita global, em que consumir é o mais importante.

É preciso valorizar as nossas questões; aquilo que realmente importa. Um exemplo: a discussão sobre a possibilidade de tornar a nossa Santa Casa de Misericórdia um hospital com atendimento 100 % SUS estabelece a perspectiva de que o hospital consiga superar as graves crises financeiras que historicamente vem tentando atravessar.

Trata-se de um elemento a ser ponderado, debatido. Ideias e argumentos precisam ser trocados, a fim de que seja possível formatar uma análise comparativa se há um ou outro caminho que pode ser seguido.

Os problemas da Santa Casa são sempre os mesmos. Sintetiza-se à falta de dinheiro. Quanto mais é investido, em tese, mais o hospital demanda em função dos atrasos e pendências de ordem financeira que existem com credores.

Os salários, segundo informações, estão atrasados, assim como as leis sociais em sua maioria, o atendimento é bem aquém do que possa ser considerado desejável; em que pese haver uma luta constante por parte das pessoas que lá dentro estão em funções chaves com a finalidade de reverter a situação.

Se tornar-se um hospital 100% SUS não for solução para a Santa Casa, é plausível, seja descartada essa ideia e que venha outra para tentar resolver a crise do hospital. O fato, porém, é que é preciso buscar a solução para o coletivo, para todas as pessoas que estão envolvidas nesta situação, umas direta, outras indiretamente. A individualidade não pode, jamais, estar se sobrepondo ao interesse da comunidade santanense, que é o da recuperação do hospital e a sua saída da UTI.

Essa é uma lógica. Procedente. Mesmo sendo um ente de direito privado, a Santa Casa – salvo se ela própria negar essa condição – ainda é da comunidade de Sant’Ana do Livramento e justamente em função dessa condição é que a perspectiva de atendimento total via Sistema Único de Saúde deve ser analisada.

Se viável e aceitável, que seja aplicada.

Se inviável e indesejada, que seja descartada.

Mas, o assunto precisa, antes de mais nada, ser debatido com profundidade e sem superficialidades pela coletividade.

E agora!

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