Padre Ézio realiza viagem de estudos a Trento

Padre Ézio Berteotti, pároco da Igreja Matriz de Sant’Ana

O padre Ézio Berteotti, sacerdote da Paróquia de Sant’Ana, é incansável. Seja na propagação da fé cristã, nos estudos, seja no planejamento e concretização das obras da Igreja. Italiano de Trento, parte neste domingo para uma viagem de estudos sobre a América Latina em sua cidade natal.

“O estado trentino oferece a viagem para quem tiver dificuldades, bem como estadia de 10 dias” – revela.

Pároco da Igreja Matriz, concedeu entrevista falando sobre o trabalho desenvolvido e o muito ainda que há para fazer, enfocando, sobretudo, a relação com o estado de Trento, na Itália e a proposta da Secretaria de Cultura trentina, que decidiu ajudar seu povo a descobrir que o mundo não é só Trento, mas América, Ásia e África, e estabeleceu um projeto de curso com missionários que trabalham no mundo inteiro.

“A Itália é dividida em regiões que correspondem aos nossos estados brasileiros. Claro que são mais pequenos. A Itália conta com 60 milhões de pessoas e o Brasil quase 200 milhões. 

Padres missionários

O Estado de Trento conta com 487.258 habitantes e a diocese de Bagé registra 400.000.

Trento conta com 471 padres que trabalham no Estado e com 400 missionários que trabalham no estrangeiro. São padres que decidiram doar suas vidas para os povos mais pobres” – relata o sacerdote, que permanecerá 20 dias em Trento, sendo uma semana de curso e, depois, permanecerá à disposição da Secretaria de Cultura para falar das experiências brasileiras, quando convocado, em escolas e educandários trentinos.

Aos 80 anos, padre Ézio registra 50 anos de obras no Brasil. Missionários que trabalham no mundo inteiro estarão em Trento frequentando o curso, administrado por técnicos competentes e propagado pelos próprios missionários, que abordarão os aspectos diversos (econômicos, sociais, físicos, políticos, etc…) sobre a região do mundo onde eles trabalham. Partilhar esses conhecimentos após o curso será o foco central do projeto, disseminando-os em escolas e universidades ou entidades que queiram esclarecer seus dependentes, tornando-os multiplicadores dessas informações.

“O Brasil precisa olhar para algumas questões importantes. Trento conta com 400 missionários, a diocese de Bagé com nenhum. No Estado do Rio Grande do Sul há o registro de dois missionários brasileiros na África” – reflete o padre.

Padre Ézio refere que o povo trentino não somente dá às pessoas, mas sustenta as obras que são realizadas, como escolas, hospitais e asilos, entre outros empreendimentos implantados pelos seus missionários. Há o entendimento, conforme o pároco, que o dinheiro é um instrumento que não tem poder de comprar a morte e, portanto, não torna uma pessoa feliz. Trento, segundo ele, é um dos estados que mais ajuda missões, especialmente na África. Viver com mais felicidade, segundo o conceito, é não se tornar escravo do consumismo, ajudando e partilhando com as pessoas.

“As duas bestas mais monstruosas são o consumismo e a insatisfação e isso Trento quer combater” – pontua. Em seu histórico de trabalho, o padre Ézio registra ações que permanecem. Construiu em Santa Maria, na periferia, cinco creches, para 105 crianças pobres e várias casinhas (18 capelas), bem como um colégio de 1o e 2o graus em Formigueiro – posteriormente encampado pelo estado, com mais de 380 alunos, além de três casas paroquiais em Santa Maria, Lavras do Sul e Sant’Ana do Livramento, todos empreendimentos constituidos com a ajuda da Itália.

“O povo de Trento será desafiado a sentir-se realizado diante de tantas obras e, ao mesmo tempo, a se perguntar se está fazendo tudo o que a fé cristã exige” – manifesta.

“O Brasil quer receber, mas precisa principalmente aprender a dar” – sintetiza o missionário trentino, que já trabalha em obras locais.

Ao padre Ézio, os votos de sucesso nesta nova ação. Ou, em bom italiano: “fai buon viaggio! Buon lavoro. Ancora più successo di ritorno.”

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