Manipulação

A presidente Dilma Rousseff provocou grande alvoroço no mercado financeiro e alimentaram entre os investidores a impressão de que o governo estaria sendo mais tolerante com a inflação. As declarações foram feitas em Durban, na África do Sul, onde participou da reunião dos Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, India, China e pelo países sul-africanos: “Eu não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento, até porque, nós temos uma contraprova dada pela realidade. Acrescentou ainda: “Nós tivemos baixa expansão econômica no ano passado, e a inflação aumentou, porque houve um choque de oferta devido à crise. Um dos fatores era externo”.
Quando soube que tinha sido interpretada de forma diferente do que tinha dito Dilma ficou indignada dizendo que não aceitava manipulação do que havia falado e afirmou que não aceita adotar estratégias para conter a alta dos preços que resultem no esfriamento da atividade econômica. Ao tomar conhecimento da repercussão escalou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para esclarecer o equívoco, mas acusou o mercado de ter alterado deliberadamente o sentido de suas palavras.
No mercado financeiro, a fala da presidente foi interpretada como um aviso de que embora o Banco Central venha sinalizando de forma oposta o governo não está inclinado a aumentar os juros para segurar a pressão do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que chegou aos 6,31% no período de 12 meses até fevereiro passado, ameaçando extrapolar o limite da tolerância de 6,5%. Mas de qualquer forma houve um estrago que não pode ser contido mesmo depois da entrevista coletiva convocada pela presidente.
Tudo isto ocasionou que o Banco Central largasse um relatório de inflação na véspera do feriado de Páscoa com o objetivo de acalmar o mercado, dizendo que a inflação em março deve bater a meta estabelecida pelo governo de 6,5% e que no segundo trimestre irá estourar todos os limites chegando a 7,7% e as causas estão bem claras: Alimentos, Câmbio e Mercado de Trabalho aquecido. Também faz uma previsão de que até o final do ano a inflação cairá para 5,8% e no próximo ano deve chegar ao centro da meta, 4,5%. O PIB deve chegar a 3,1% enquanto o mercado esteja prevendo 3,0% Há uma boa possibilidade de crescimento na indústria e na agropecuária. A taxa da desemprego é de 5,6%, considerada bastante baixa. É bom lembrar que este relatório de inflação do BC possui grande credibilidade no mercado.

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