As execuções

Por mais insensível que seja um ser humano, não deixaria passar incólume a situação que marcou a Quinta-Feira Santa, em Livramento e Rivera, no dia 28 de março. Da noite para o dia, literalmente, três taxistas mortos, assassinados. Ainda é mistério o motivo, assim como a autoria do crime, sendo sabido que a polícia civil, assim como a Brigada Militar, estão trabalhando no sentido de captar informações. Cogitações pelo modo de operação surgem às pampas, porém, ninguém registra a certeza de quem (um ou muitos) foi o autor, nem mesmo a forma como ocorreu cada um dos crimes.
A repercussão dos crimes foi tão intensa que veículos de comunicação de várias regiões do Estado gaúcho telefonaram para a RCC FM a fim de obterem informações sobre o que foi qualificado como “tragédia da Fronteira”.
Tiros nas cabeças das vítimas, como em ritos sumários de execução vistos em filmes hollywoodianos. O fato é que não existe, pelo menos, aparentemente, segundo as informações preliminares, nada que faça a ligação entre as três vítimas, todos taxistas, com locais estabelecidos em pontos diversos da cidade, sendo um encontrado em cada região da Fronteira, um em Rivera, outro no Batuva e outro no Armour.
Houve a informação de que pelo menos um deles havia recebido uma chamada nas imediações da Tamandaré – quase acesso à localidade chamada Matadero Del Norte, poucos minutos após a 1h da madrugada e, segundo consta, esta teria sido a última vez em que uma das vítimas haveria se reportado à base de rádio-taxi com a qual trabalhava. Vinte minutos depois, um outro taxista, também vítima, reportava-se.
O amanhecer nefasto fez com que as pessoas passassem a viver um clima de pânico, pois ficaram assustadas com os acontecimentos. Houve colapso também nas redes de rádio-taxi, as quais, em protesto, assim como muitos taxistas particulares – ou seja, donos dos próprios veículos e não filiados a bases – também protestassem. Não houve funcionamento das rádio bases em um clamor de justiça urgente para que o autor ou autores dessa chacina de taxistas seja o mais breve possível capturado e levado à Justiça.
Os motivos das execuções também despertam muitas curiosidades por parte das pessoas, fazendo, inclusive, com que muitas versões acabem surgindo pelas ruas. Até o presente momento, entretanto, o fim de semana permanece maculado, ao passo que somente a celebração cristã pode ser, para aqueles que tem fé, o rito de passagem entre esse momento nefasto e o futuro que se avizinha.
A torcida é para que a reflexão e a efetividade das forças policiais sejam a tônica da sexta, do sábado e do domingo, bem como fatos indesejáveis e tristes como os da Quinta-Feira Santa não sejam, efetivamente, verificados novamente.
Em tempos difíceis a reflexão e, para aqueles que detêm religiosidade – em qualquer instância que seja – deve ser o elemento base.
Ninguém deseja ver ou ouvir falar mais de execuções sumárias como as que foram registradas no amanhecer da última quinta, provocando comoção e revolta na comunidade, além de um clima de completa falta de segurança.
Em que se registre o peso de espírito pelos acontecimentos nefastos verificados, fica a expectativa de que a paz e a justiça voltem a fazer parte do cenário com a maior brevidade possível, pois a Fronteira não merece mais situações como a que se registraram na quinta-feira.

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