Celebração da água?

Esta é a Semana da Água e, na sexta-feira, uma data importante, 22 de março, Dia Mundial da Água. Todos já estão mais do que acostumados a ouvir dizer o quanto é grande o lençol freático no subsolo santanense e sua capacidade de abastecer a comunidade durante pelo menos muitos e muitos anos. Mas, para isso, é preciso que todos fiquem atentos quanto à forma racional de uso dessa água tão abundante – pois do contrário ela vai acabar faltando logo, logo. E há ainda outro problema a ser observado: a capacidade humana de captar, tratar e distribuir essa água para a população. Atualmente, esse trabalho é feito com bombas de captação, recalque e, em alguns casos, até de distribuição. São instrumentos mecânicos que, dia mais, dia menos, acabam estragando e prejudicando o abastecimento da cidade.
Por isso, é preciso que exista consciência dos usuários. Quanto maior o consumo de água, maior a necessidade de bombeamento. Ou seja, maior também a necessidade de uso do equipamento mecânico para captação e distribuição. E também maiores os riscos de que esses equipamentos estraguem. Tudo porque, principalmente nos tempos de calor – os quais já estão findando, espera-se, com a chegada do outono -, o consumo de água aumenta vertiginosamente.
Quantas cidades podem se dar ao luxo de o cidadão abrir a torneira, encher um copo de água e beber? Sem necessidade de filtro, ferver, enfim… Só abrir a torneira?
Poucas, certamente. Livramento é uma delas. Dona da melhor água do mundo, segundo rotulam, mas é preciso fazer um alerta no que se refere ao precioso líquido.
O lastimável é que, às vezes, nem é porque as pessoas estejam bebendo mais água – é porque, no verão – mas até mesmo agora, no outono vindouro e no inverno – muitos não têm consciência do que estão desperdiçando, e aí lavam carros, calçadas, tapetes, enfim, sem qualquer cuidado no sentido de economizar. Por isso, já começa a preocupar a possibilidade de que, caso não exista um maior controle no consumo, Sant’Ana do Livramento ainda venha a sofrer com a necessidade de interrupções programadas no abastecimento para manter as reservas de água e a capacidade de captação e distribuição para os consumidores. É um problema sério, que deve ser pesado na balança da consciência nos tórridos e secos dias que aí estão. É preciso pensar sobre isso. Mesmo que sejam apenas os outros que ajam de maneira irresponsável, é bom estar sempre atendo sobre este perigo.
O Aquífero Guarani foi considerado como a maior reserva subterrânea de água doce do mundo até 2010. A maior parte (70% ou 840 mil km²) da área ocupada pelo aquífero — cerca de 1,2 milhão de km² — está no subsolo do centro-sudoeste do Brasil. O restante se distribui entre o nordeste da Argentina (255 mil km²), noroeste do Uruguai (58 500 km²) e sudeste do Paraguai (58 500 km²), nas bacias do rio Paraná e do Chaco-Paraná. A população atual do domínio de ocorrência do aquífero é estimada em quinze milhões de habitantes.
O Aquífero Guarani consiste, primariamente, de sedimentos arenosos que, depositados por processos eólicos durante o período Triássico (há aproximadamente 220 milhões de anos), foram retrabalhados pela ação química da água, pela temperatura e pela pressão e se transformaram em uma rocha sedimentar chamada arenito. Essa rocha é muito permeável e, assim, permite a acumulação de água no seu interior. Mais de 90% da área total do aquífero é recoberta por extrusões de basalto, rocha ígnea e de baixa permeabilidade, depositada durante o período Cretáceo na fase do vulcanismo fissural. O basalto age sobre o Aquífero Guarani como um aquitardo, diminuindo a infiltração de água e dificultando seu subsequente recarregamento, mas também o isola da zona mais superficial e porosa do solo, evitando a evaporação e evapotranspiração da água nele contida.
A pesquisa e o monitoramento do aquífero para melhor gerenciá-lo como recurso são considerados importantes, uma vez que o crescimento da população em seu território é relativamente alta, aumentando riscos relacionados ao consumo e a poluição.

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