A cara do momento

O ambiente que encontramos em Não Me Toque, onde ficamos de segunda a quarta-feira desta semana, participando ativamente da Expodireto/Cotrijal, é o mesmo que perpassa o Rio Grande. Os bons preços de nossos produtos agrícolas, o clima favorável, o crédito farto e barato, aliados à competência de nosso produtor e às políticas públicas que dão sustentação à economia agrícola fazem com que tenhamos a segunda maior safra da História em termos de produção e, seguramente, a maior em termos de faturamento. Os efeitos positivos deste momento ímpar anima a todos nós, atores das cadeias produtivas do setor primários, a continuarmos construindo o entendimento, buscando soluções para os problemas, de olho nos interesses do Estado, da produção e dos produtores.

Papel que se reafirma

O evento de Não Me Toque, conduzido sob a batuta do mestre Nei Mânica e sua competente equipe, reafirma o evento como um dos principais do Brasil e do Mundo em termos de propagação das novas tecnologias, difusão de conhecimentos e criador de oportunidades para novos negócios. Voltamos, agora, nossas atenções para a Expoagro/Afubra, que acontece de 20 a 22 de março, em Rio Pardo. Embora mude o foco para a agricultura familiar, os organizadores, com base no cenário descrito acima, estão extremamente confiantes na realização de uma das maiores exposição já realizadas nas terras de Rio Pardo, no Rincão del Rey.

Irrigação avança

Os negócios envolvendo sistemas de irrigação foram um dos destaques da Expodireto. Somente a Fockink, que no ano passado vendeu cerca de 320 pivôs, num levantamento parcial, fechou mais de R$ 11 milhões de reais em novos negócios. E a Anivida, empresa catarinense especializada em sistemas de irrigação para pastagens, recebeu mais de 250 consultas. Animada, a direção da empresa decidiu instalar-se em solo gaúcho, devendo construir uma unidade em Tapejara. Continuamos, com as facilidades oferecidas pelo Mais Água, Mais Renda e com a pregação, quase no ritmo de um “samba de uma nota só”, vencendo resistências, ultrapassando barreiras culturais e irrigando, cada vez mais, lavouras e pastagens gaúchas. Dando estabilidade à produção e aumentando a produtividade das principais culturas plantadas no Estado.

Mais leite

Ainda durante a Expodireto, o governador Tarso Genro assinou decreto que institui o Programa Mais Leite de Qualidade. A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, em parceria com a Secretaria da Fazenda, disponibiliza R$ 78 milhões para subvencionar a aquisição de resfriadores de expansão e ordenhadeiras por cerca de 44 mil produtores. O programa não beneficia apenas os pequenos e médios produtores de leite, mas produz efeitos em toda a cadeia produtiva. Um dos setores que será afetado positiva e diretamente é o de máquinas e implementos. Estima-se um faturamento adicional bruto de aproximadamente R$ 400 milhões.

Diversificação

Acompanhamos, na última quinta-feira, o Dia de Campo Estadual do Irga, realizado na Estação Experimental de Cachoerinha. Lá, juntamente com centenas de produtores e técnicos, do Rio Grande do Sul, do Brasil e do Mundo, pudemos observar os avanços da pesquisa desenvolvida pelo instituto, que está ligado à Secretaria da Agricultura. Estamos investindo mais de R$ 9 milhões no Centro de Difusão de Tecnologia Orizícola, que será utilizado para o treinamento e capacitação de técnicos e produtores rurais. Mas, na minha opinião, tão importante quanto foi o que observamos nas unidades demonstrativas que oferecem alternativas para a diversificação nas propriedades orizícolas. Um destes experimentos é a nova cultivar de soja, adaptada para o cultivo em terras baixas, que apresenta tolerância ao excesso hídrico. O outro, é o plantio do milho em microcamalhão. As duas experiências permitem o cultivo daquelas culturas em áreas originalmente destinadas ao plantio do arroz. É fundamental a rotação de culturas e a diversificação. Há tempos defendemos o conceito de que temos que incentivar os homens do campo a se tornarem “produtores rurais” e não apenas orizicultores, fumicultores, pecuaristas… É fundamental planejar as atividades produtivas, tendo em mente que as monoculturas podem ser desastrosas.

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