A CONTA QUE VAMOS PAGAR

O ministro do Esporte Aldo Rebelo está propondo anistia das dívidas e isenção fiscal para os clubes de futebol defendendo a idéia de que as agremiações profissionais não visam lucro em seus objetivos finais. Falando sério, o ministro Rabelo só pode estar brincando. O futebol é um dos melhores negócios já surgidos em nosso país.

Os orçamentos anuais dos dez maiores clubes do Brasil superam as receitas de 70 por cento dos municípios brasileiros e o dinheiro rola sem qualquer fiscalização oficial e as dívidas são contraídas em nome de uma irresponsabilidade inimaginável em qualquer empresa.

Cálculos aproximados falam numa dívida com o Poder Público na ordem de R$ 5 bilhões, a qual, na visão do ministro Aldo Rebelo, deve ser anistiada exatamente num momento em que os clubes fazem contratos de publicidade, de direitos de transmissão e apresentam folhas de pagamento que transformam os nossos marajás do serviço público em operários da construção civil se os salários forem confrontados.

Anistiar os clubes de futebol é debochar da população brasileira, em especial dos trabalhadores que também têm seus clubes de coração. É garantir aos maus gestores e gigolôs do futebol a impunidade por suas aventuras como administradores e premiar a irresponsabilidade. Na real, trata-se de um premio à imoralidade e à impunidade.

OS MAIORES DEVEDORES

1 – Botafogo (R$ 564 milhões)
2 – Fluminense (R$ 405 milhões)
3 – Atlético-MG (R$ 368 milhões)
4 – Flamengo (R$ 355 milhões)
5 – Vasco (R$ 387 milhões)
6 – Palmeiras (R$ 245 milhões)
7 – Santos (R$ 208 milhões)
8 – Grêmio (R$ 199 milhões)
9 – Internacional (R$ 197 milhões)
10 – Corinthians (R$ 178 milhões)

O ARGUMENTO

Para o ministro Aldo Rebelo os clubes devem ser anistiados por que são iguais às entidades filantrópicas e por que fazem parte da “paixão dos brasileiros por futebol”.

AÇÃO FISCAL (1)

O ministro Rebelo ficou impressionado com ação da Receita Federal sobre o Corinthians e o Coritiba que vê os clubes de futebol como qualquer outra empresa nacional, sem qualquer possibilidade de comparação com entidades de filantropia.

AÇÃO FISCAL (2)

Para a Receita Federal entidades que vendem jogadores, publicidade, direitos de imagem, ingressos etc. estão muito distantes das instituições filantrópicas.

PERGUNTA

O jornalista Benjamim Back, em seu blog, pergunta: Se muitos jogadores preferem voltar da Europa para atuar aqui, se pagamos salários exorbitantes e os clubes arrecadam milhões, por que não pagar as dívidas como qualquer outra empresa no Brasil ao invés de perdoá-las?

 

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