O tempo passa…

Tem algumas coisas incompreensíveis nos pagos de Sant’Ana. Berço da fronteira, onde valentes pelearam de espada e lança, conquistando, pela bravura e a honra, seu lugar na História do Rio Grande e do Brasil, a cidade vivencia, hoje, mais uma polêmica. Aliás, mais uma não. Um outro capítulo na verdadeira novela em que se transformou a tradição gaúcha e, de forma peculiar, a Semana Farroupilha.

O incompreensível é que persiste, há anos, a briga entre integrantes de um mesmo movimento, que, em tese, comungam dos mesmos valores e princípios. Essa polêmica já foi longe demais, porém, não há, de parte de todos os contendores – ordenados em três, quatro, cinco correntes de pensamento diferentes entre si e opostas no que se refere à questão – o entendimento de que: quem perde com as discussões, os pontaços, como dizem no jargão gauchesco, é a comunidade e, sobretudo, a própria Semana Farroupilha.

Ninguém imaginou o reflexo dos comentários sobre um evento que pretende fomentar o turismo cultural e rural?

Mas qual! Entendimento é algo essencial, sobretudo para quem pretende vender uma ideia. E é isso que Sant’Ana vem fazendo com sua Semana Farroupilha, desfile internacional e todo o entorno mais. As peleias entre os tradicionalistas, por vaidade pessoal, interesses exclusivistas, questiúnculas políticas e partidárias; entre uma série de outros pontos que já são conhecidos de todos, não engrandecem em absolutamente nada o objetivo central.

Não perceberam os contendores que se foi o tempo do mando, do mandar para alguém obedecer. O mundo contemporâneo e todos os processos de gestão apontam para a consonância, a colaboração integrada, a mútua aceitação, o trabalho em equipe.

Personalismo, individualismo, o eu faço e aconteço, meu projeto é melhor que o teu, entre outras discrepâncias ouvidas no dia a dia, tampouco são fatores a contribuir com o evento ou a cidade.

Mas, Sant’Ana é assim, diferente, fazendo jus ao título de Capital das Polêmicas, Palestras e Reuniões.. Infelizmente, o conformismo é o último mote, embora a mudança seja necessária. Talvez, depois deste ano, comecem a se efetivar esforços em prol da coletividade e não do individualismo, pois, se continuar como está, circunstância por circunstância, está claro: quem perde é a comunidade, a Semana Farroupilha, Livramento, a Fronteira e, sobretudo, a tradição do Rio Grande.

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