Com os olhos nas eleições de 2014

A mobilização nos bastidores e as articulações direcionadas à sucessão presidencial de 2014 ganharam enorme intensidade nos últimos dias.
Eduardo Campos, o governador de Pernambuco, neto de Miguel Arraes, é um nome ascendente e trata de se fazer conhecido em todo o país.
Ganhou o apoio importante, no início desta semana, do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, a segunda maior central de trabalhadores do país.
O pretexto para o encontro dos dois em Recife foi a Medida Provisória 595, em discussão no Congresso Nacional, que altera substancialmente a administração dos portos no país.
Os sindicatos de trabalhadores do setor, representados pela Força, não concordam com o fim de determinados privilégios e Eduardo Campos não quer perder para o governo federal o controle do porto de Suape.

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Dilma Rousseff vê na eventual candidatura de Eduardo Campos à presidência da República um obstáculo real na disputa pela reeleição. Dependesse do ex-presidente Lula, o governador de Pernambuco seria o vice da presidente Dilma.
Tirar Michel Temer e o PMDB do caminho, no entanto, não é tarefa fácil e a presidente, com habilidade, ao mesmo tempo em que vai à Convenção do partido e afaga os peemedebistas, além de prometer vida longa à aliança PT-PMDB, também procura dividir o PSB de Campos. Acarinha Ciro Gomes e seu irmão Cid Gomes, governador de Alagoas. Os dois já prometeram fidelidade a Dilma e tornam-se pedra no sapato de Eduardo Campos.

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Aécio Neves, o candidato do PSDB, entra em campo com certa timidez, embora todos os esforços feitos por Fernando Henrique Cardoso para fortalecer o nome do neto de Tancredo Neves.
Num evento do partido de oposição em Goiânia, na mesma segunda-feira do encontro entre Eduardo Campos e Paulo Pereira da Silva, Aécio teve o nome anunciado como pré-candidato tucano e criticou Dilma Rousseff:
- Ainda não tinha visto um governo antecipar tão precocemente a eleição.
Fez duros comentários à atuação do governo federal na gestão da economia, lembrando o crescimento pífio de 0,9 por cento em 2012, os baixos investimentos e “uma nuvem no ar” ameaçadora do recrudescimento da inflação.
José Serra e Marina Silva completam o quadro eleitoral nesta hora de muitas preliminares. Marina busca a solidificação de seu movimento chamado Rede, e Serra não se considera carta fora do baralho do pôquer eleitoral. Ameaça deixar o PSDB, se for preciso, para concorrer à Presidência por outro partido.
Estamos muito longe da eleição mas o jogo já está sendo jogado.
Otimismo exagerado

Parece certo que foi exageradamente otimista o ministro Joaquim Barbosa ao dizer que espera concluir o processo do “mensalão” até julho deste ano, quando seriam expedidas ordens de prisão para os mensaleiros condenados.
Há, ainda, um longo caminho a ser percorrido até a publicação do acórdão e o julgamento definitivo dos recursos da defesa.

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