Receita Federal em Livramento inicia processo de recolhimento de embalagens de agrotóxicos

Fruto de apreensões, as embalagens estão sendo preparadas para o transporte seguro e para a incineração em forno existente em São Paulo

“Estamos sempre fazendo sistematicamente, assim como em outros órgãos do país, apreensões de cargas de agrotóxicos nos nossos postos, porque tem uma série de fatores de segurança que estão envolvidos”. A afirmação foi feita em entrevista exclusiva concedida na tarde de ontem, pelo Inspetor-chefe da Inspetoria da Receita Federal do Brasil em Sant’Ana do Livramento, Adilson Valente. O comandante da Receita em Livramento falou do momento vivido pela instituição que se prepara, através de convênio firmado com empresa especializada, para retirar da cidade uma grande quantidade de agrotóxicos, fruto das apreensões, e que estão armazenados no depósito da instituição às margens da BR-293. “Vamos receber um veículo que virá do chamado Sindag, que é um órgão nacional que controla as indústrias de agrotóxicos, porque eles também têm interesse em que esse material não circule. Assim, existem pessoas que estão trabalhando na seleção desse material, acondicionando de forma adequada, para que, posteriormente, no mês de março, possa ser levado para São Paulo, onde será incinerado. Essa empresa tem os meios para o descarte apropriado e a nossa preocupação é que esse material seja destruído de maneira segura. Temos casos, por exemplo, em uma cidade perto de Santa Cruz, onde foi apresentada um incidência muito grande de suicídios. Depois de estudos, verificou-se que havia relação direta com restos desse material jogados na natureza, e que acabaram contaminando a água. Então, nossa preocupação é muito grande com isso”, revelou ele.

Ainda segundo o inspetor-chefe, será um container cheio de barrigas, especialmente preparadas para acondicionar o produto. “Boa parte desse material tem procedência do lado uruguaio, embora sua fabricação seja chinesa”, revelou. 

Preparação

No depósito localizado às margens da BR-293, um grupo de trabalhadores, especializados no manuseio e separação de material agrotóxico, preparou a carga que deverá ser levada da cidade e destruída. A ação impede que um grande número de consumidores em diversas localidades consuma alimentos contaminados. “É sempre um grande risco manusear esse tipo de material e ainda mais colocar de forma indiscriminada e não segura nas lavouras. Essa grande quantidade que foi apreendida e que será destruída é uma mostra do trabalho das forças policiais que estão sempre atentas e atuantes para combater esse tipo de crime”, afirmou. 

Embalagens

Todo o material foi preparado para ser levado de maneira segura e dentro das normas estabelecidas pelo Ibama para o seu transporte. “Mesmo a queima desse material será feita de maneira adequada. Esses fornos para incineração são certificados pelo Ibama, o que nos dá a garantia de que a natureza não irá sofrer. Nada irá para o meio ambiente, ou seja, sem riscos com a utilização desse fornos. Tanto é assim, que todas as empresas que vendem são obrigadas a enviar para este órgão para destruição”. 

Acúmulo

Todo o material que está sendo preparado para a incineração, de acordo com o inspetor-chefe da Receita Federal, é fruto de dois anos de apreensões feitas em Sant’Ana do Livramento. São cerca de 450 cilindros com capacidade de armazenar em média 15Kg e que seguirão direto para os fornos. “Esse processo de transporte estava parado por um problema de certificação das transportadoras. Esse é um volume muito grande e, sinceramente, acaba nos assustando um pouco. Agora, apostamos na educação e também em uma política diferenciada do governo, que pode dar subsídios para esse tipo de material. Assim, esses produtos poderiam entrar no Brasil de forma mais segura e controlada. Acredito que, a partir de agora, o nosso volume não será mais tão intenso no que se refere a armazanamento. Com o novo contrato, as novas retiradas deverão se dar em menos de um ano. Esse material estocado aqui conosco significa risco também. Vamos, inclusive, ficar agora com vasilhames para estocar as futuras apreensões e reduzir também os nossos riscos”, finalizou.

 

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