Falando de frutas
A fruticultura representa um importante e significativo setor que pode, aliado a outros – como a horticultura – ser um carro chefe na mudança tão almejada para a economia de Sant’Ana do Livramento. Claro, é preciso aprender essa lógica e aceitá-la como verdadeira, a fim de estimular iniciativas nesses segmentos. Se por um lado é inadmissível que se permita a perda de produção de frutas, caindo dos pés e apodrecendo no chão pela falta de dinheiro para contratar gente para colher; por outro é uma saída o associativismo entre as pessoas, visando o crescimento conjunto.
No aspecto empresarial é possível investir e o setor também aponta um caminho para quem deseja recursos visando investir em seu negócio. Óbvio, a crise é intensa, sua força arrocha as pessoas, rouba-lhes a autoestima, a vontade, provoca as mais diversas situações negativas , entretanto, há solução. Sempre há.
Mas é preciso compreender que uma coisa é a crise econômica, instituída a partir de não geração de postos de trabalho; outra, é a crise íntima. Uma é pior do que a outra e a última, por derradeira, é responsável pela primeira, pois trava a vontade, o querer, o acreditar, o sonhar. As dificuldades em absolutamente todos os segmentos são conhecidas e, mais do que isso, propaladas; o negativismo é um instituto, um ente que paira sobre a realidade local. Mas é preciso fazer algo para provocar a derrocadas das duas crises, do contrário, é a rendição.
Iniciativas são plausíveis e possíveis. É preciso entender que elas dependem especialmente do pensamento e, via de regra, este empurra a atitude, a qual, decisivamente gera a ação.
Nesta linha de raciocínio, como o diabo não é tão feio quanto os arautos do apocalipse enfocam, como diz o ditado, há que se reconhecer as dificuldades, mas jamais permitir que elas subordinem. Sempre é possível fazer alguma coisa. Vale à pena pensar nisso e, talvez, com o pensamento – primeiro dos grandes entraves – sendo modificado, olhando para a fruticultura, para a horticultura, para as iniciativas de pequeno porte, com outros olhos, seja possível debelar todo o estado de coisas atual, pois finalmente Sant’Ana terá entendido que é possível sair da crise a partir das iniciativas locais. O verão, praticamente se esvai. Passado o carnaval, o ano inicia de fato. Há a disposição de fomento por parte das municipalidades, o que é comprovado a partir da reunião realizada entre o prefeito Glauber Lima e Marne Osório, intendente de Rivera.
A mão de obra para trabalho no segmento pode ser treinada e qualificada. Investir em fruticultura pode até ser caro, porém, rende retorno a partir do momento em que forem constituídas as cadeias, especialmente fazendo com que seja disponibilizada ao consumidor, em escala, a produção.
Uma comprovação real de que é possível é o investimento feito em laranjas na região do Ibicui, por fruticultores que, em associação, obtiveram a cedência, no ano passado, de metade do packing house – terão que investir, é verdade – para que possam proporcionar produto de qualidade.
Recorde-se da pera, cujo trabalho realizado pela Embrapa não teve sequência. Lembre-se do pêssego, que realiza festa regional itinerante. Uvas, já consolidadas para vinhos e também para sucos. Há, ainda, figos, tangerinas, limões – de diversas variedades -, além de morangos e mogangos, as nozes, entre uma infinidade de outras possibilidades.
Pêssegos, uvas, entre outros.
E, quem sabe, levando em conta de que é possível investir e ter retorno, Livramento não venha a ter agroindústrias também focadas nos sucos, pois já detém altíssima qualidade em vinhos.
Água boa tem. Terra boa, tem. Fruta boa, tem.
Então…