Semana de que, afinal?

O gaúcho reverencia seu passado em uma guerra que, dizem uns, perdeu. Encontra-se com sua essência em momentos de telurismo que, dizem uns, são polêmicos, seja pela jactância, seja pela tentativa de tornar heróis homens que, na prática, lutavam por interesses pessoais e/ou individuais. Reconta, chamando de tradição, batalhas sangrentas de uma revolução que não deu certo e fustigou o povo durante 10 anos.

Tudo isso pode até ser considerado como formas de entendimento individual, inclusive dos próprios gaúchos, porém, ninguém pode negar, em tempo algum, que a revolução que não deu certo durou 10 anos em um período em que revoltas eram sufocadas como uma formiga é morta pela sola de um sapato. Os interesses pessoais e individuais de Bento Manoel, Bento Gonçalves, David Canabarro, entre outros tantos, em função do charque, principalmente, eram comungados por todos quantos produziam e, se perceber o leitor, ainda são hoje. Afinal, quem, no Brasil hodierno, não se queixa dos altos tributos que tem que pagar?

Herói tem uma definição complexa e múltipla. Quem, para muitos pode ter sido um herói, no conceito real, para sí próprio, fez apenas o que achava correto fazer.

Jactância, orgulho, arrogância, presunção… Que entenda assim quem deseje, pois, o sentimento de se orgulhar de algo (um feito, uma pessoa, uma emoção, uma decisão) é inerente a cada ser humano. Orgulho tem um sentido positivo quando quer se dar esse sentido à definição. Depende do entendimento.

Uma guerra perdida. Toda a guerra é perdida. O Rio Grande de antanho perdeu a guerra contra o Império, sim, pois gaúchos morreram, assim como morreram imperiais. Não há como ganhar uma guerra, por mais que uma campanha de combate seja vitoriosa.

E, não, não são festejos farroupilhas. São celebrações, rememorações, homenagens e, sim, fandangos, diversão, gastronomia. Não se trata de festejar a guerra, mas reconhecer, em celebração, seu significado; nem mesmo fazer festa para as mortes de mihares, mas buscar, no próprio evento, uma homenagem a eles e as lições tantas que deixaram como herança, entendimentos esses aos quais o verdadeiro gaúcho tira o chapéu, em sinal de respeito, acima de tudo!

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