“Até quando o Poder Legislativo envergonhará o Brasil?” Frase de um cartaz dos manifestantes, na frente do Congresso Nacional

FLORIPA E A BANDIDAGEM 

Os meses de janeiro e fevereiro são a alegria da economia litorânea catarinense. Todas as suas belas praias desde a fronteira gaúcha à divisa com o Paraná ficam lotadas de turistas de todos os lugares do Brasil e, em especial, de argentinos, uruguaios e chilenos. 

Exatamente por estar com sua população dobrada nessa época é que Florianópolis precisa redobrar os serviços públicos essenciais oferecidos aos turistas – saúde, segurança pública, transporte coletivo, limpeza urbana e saneamento básico. Só que a bandidagem também tem conhecimento do esforço das autoridades e resolveu agir para implantar o terror e o pânico não apenas em Florianópolis, mas também em Joinville (a maior cidade de Santa Catarina) e no Vale do Irajaí. 

O resultado dessa violência orquestrada de dentro dos presídios catarinenses mostra que a bandidagem está conseguindo o que queria: os moradores e turistas das cidades atingidas pelos atentados aos ônibus das frotas urbanas estão apavorados e já se fala até em “toque de recolher não oficial”. 

O motivo da violência determinada por uma facção conhecida como PGC (Primeiro Grupo da Capital) foi uma ação de agentes do Deap (Departamento de Administração Prisional) registrada por uma câmera na cadeia de Joinville, onde as imagens mostram 70 presos sentados e sem roupa sendo alvos de violência injustificada. 

O comando do PGC resolveu retaliar e determinou ataques a prédios públicos com coquetéis molotovs e aos ônibus urbanos, mostrando a sua organização e o seu poder do comando sobre os marginais em liberdade. Trata-se de mais demonstração de que a bandidagem está vencendo a batalha contra a lei por que esta é frágil e o seu texto é a favor de quem deseja transgredi-la. 

Como Santa Catarina e o resto do Brasil não podem adotar um programa de tolerância zero contra o crime, seja ele organizado ou não, as primeiras vítimas desse enfrentamento são os cidadãos catarinenses e os turistas que por lá procuram lazer nas suas férias. 

O mais trágico e aterrorizante é que o PGC conhece as fragilidades das autoridades e as deficiências da segurança pública do vizinho estado. O PGC só fica quieto quando não é importunado e por ter o controle da violência determina quando e onde vai atacar com os seus comandos. 

Por isso mesmo é que se fala em toque de recolher informal na capital catarinense. É a bandidagem ditando regras de segurança em Florianópolis. E quem tem juízo fica em casa. 

PEDIDO DE SOCORRO 

Tropas da Força Nacional poderão dar apoio às autoridades catarinenses.Além disso, um encontro com o Ministro da Justiça vai determinar uma integração do sistema prisional federal para uma possível transferência dos presos mais perigosos para presídios federais. 

CÓPIA PAULISTA 

O PGC é uma facção – dizem – do PCC paulista. Toda a “logística operacional” dos bandidos catarinenses foi ministrada pelos líderes do PCC. Como se sabe, a comunicação entre as duas facções é perfeita e ininterrupta. 

TOQUE DE RECOLHER (1) 

O toque de recolher foi adotado na Europa durante as duas guerras mundiais por causa dos bombardeios noturnos. Foi uma medida governamental para evitar a circulação de pessoas que poderiam ser atingidas pelas bombas inimigas. 

TOQUE DE RECOLHER (2) 

Nas cidades catarinenses não há um toque de recolher oficial. E se a população evita sair com mais disposição que nos anos anteriores neste período de veraneio é por que está com medo. O que existe é um toque de recolher invertido determinado pela bandidagem.

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