Tempo de parar e pensar

Semana Farroupilha se aproxima e esta é a ocasião oportuna para reavalair o tradicionalismo local, antes que por diferenças pessoais e individualismos, acabe sucumbindo.

Antes de tudo, é um sistema filosófico que coloca a tradição como critério e regra de decisão, entendendo a tradição como o conjunto de hábitos e tendências que procuram manter uma sociedade no equílibrio das forças que lhe deram origem. Para se dizer tradicionalista é preciso manter frequência e assiduidade, não a um compromisso físico, mas um compomentimento moral e empírico de preservação dos valores e aspectos culturais, pasando por uma série de etapas de aprendizado, motivos não apenas assinalados pelos elementos da ciência, mas da vivência campeira, da busca incessante pelo que é ser gaúcho.

Há necessidade de entender os fundamentos. Gaúcho, de fato, não anda esculhambando a cavalo; esse é o tradicionalista, pois detém em si próprio, os ensinamentos, a educação e o respeito de toda uma herança; mesmo analfabeto que seja.

Para ter a clara compreensão do que é ser gaúcho tradicionalista, é fundamental, conforme os especialistas, assumir uma atitude de humildade feroz, ao mesmo tempo em que está sendo vigília e sentinela de todo um passado, uma mala de garupa cheia de cultura com suas diferentes características.

Valorização do que é simples, do que é correto, do que é moral, do real senso de ética, honestidade, amor pela liberdade. Já diz aquele texto que atribuem a Arnaldo Jabor e circula pela internet: “qual outro povo que valoriza a mulher a ponto de chamá-la de prenda (que quer dizer algo de muito valor)?”

Temperamento selvagem, como o potro e abarbarado, como os épicos; com a docilidade das gotas do sereno sobre as pétalas da flor e a mansidão de um vale cercado por coxilhas.

Porém, esses são, conforme quem estuda, alguns, apenas alguns dos elementos formadores da essência do gaúcho.

Muitos dos nascidos aqui, entretanto, não dispõem dessas condições e predicados. São aqueles que se julgam donos da verdade, são os exibicionistas que utilizam do pingo para esbarradas no asfalto; são os de faca na cintura e copo de plástico na mão.

É verdade que há muito a obter do turismo aliado à Semana Farroupilha, porém, fica o pensamento de que antes de mais nada é preciso parar.

Repensar de forma pluralista o evento e todas suas nuances, pois é justamente nos detalhes que estão as falhas. Já passou do tempo de fazer desse evento, de forma profissional – o que não é fato – um projeto duradouro do turismo de fronteira. Mas, sempre há o que se resgatar.

Antes de nada, pensar. Refletir. Comungar. Aceitar, inclusive, as críticas, mesmo que de fora (de outras cidades) para dentro.

 

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