E agora?

O discurso é uniforme no governo recém iniciado: que a comunidade tenha paciência, pois em dois ou três dias pouco é possível fazer. É a manifestação necessária, pois um governo deve sempre estar próximo de seus cidadãos, assegurando-lhes a informação, a fim de gerar a compreensão de que precisa. Fruto disso, claro, a tolerância, pois as pessoas, a cidadania, entendem que é preciso dar tempo para Glauber, Edu e seu time de secretários.
Claro que tanto de um lado, quanto de outro (governo e cidadãos), a questão mais expressiva é aquela definida pelo título deste texto. O prefeito avisou – e reiterou no fim de tarde de quarta, ao vivo no rádio – não será daqueles que fica buscando encontrar desculpas ou ainda, chorando, pois conhecia a situação do município quando se candidatou.
Os rumos, naturalmente, não estão bem claros e a tendência é de que a pressão em forma de cobrança vá aumentando gradativamente. Natural que seja assim, pois há uma comunidade reprimida em seus desejos de desenvolvimento, progresso, qualidade de vida, saúde digna, atendimento humanizado nas repartições públicas, qualificação crescente para buscar realização pessoal, profissional e familiar. É todo um contexto significativo em que aspirações individuais e coletivas acabam se mesclando, inclusive no procedimento de cobrança ao gestor.
O principal restritivo, obviamente, chama-se dinheiro, pois a falta dele é, de fato, a razão para que não sejam colocadas em prática as medidas necessárias para satisfazer a população. Mas, isso tem um tempo de tolerância, portanto, será de extrema importância a capacidade mesclada (técnica projetar, metodológica de captar e política de articular a destinação) a fim de concretizar a entrada de dinheiro no caixa para que possa ser usado. Esse é um ponto, importante, mas não vital.
A capacidade de arregimentação das forças sociais da comunidade é outro elemento que pode ser transformador, com capacidade de geração de mudanças a partir do somatório de esforços e diante da inviabilidade financeira. Essa capacidade em alguns momentos confunde-se com liderança, mas pode ser encarada como uma atitude pontual, antes de mais nada, galgando escalas até que se consolide como postura de líder.
Pode não ser fácil, sem recursos, administrar ou realizar a gestão de um município do porte de Livramento. E, de fato, basta analisar os cenários para perceber que realmente não é; facilidade está fora do dicionário do gestor, mas essa missão é inerente a quem exerce ou pretende exercer o poder. Mas é justamente aí que reside a capacidade, pois a compensação da ausência de valores para investimento e aporte, deve ser compensada de forma criativa, encontrando potenciais soluções viáveis de forma alternativa para as questões que se apresentam, ao mesmo tempo em que constrói parcerias duradouras com os diversos e diferentes níveis sociais, para permitir as definitivas soluções, ao mesmo tempo em que sejam garantidas, permaneçam, sem necessidade de novos reparos ou adaptações.
Como elemento favorável a dar alento nesse cenário provável está o quase que comum e total sentimento de mudança que proporciona diversas reações positivas, originário do lado do caráter, positivo, enérgico e isso constitui a renovação da esperança de forma a consubstanciar o inovador que se torna tão necessário.
A fase do “E agora?” deverá continuar por mais alguns dias. Mas tem prazo final para ser encerrada e dar lugar à próxima. E esse prazo é bem curto, até que sejam implementada de fato a política fiscal. É por meio dessa Política Fiscal – espelhada no seu orçamento – que o governo interfere na alocação de recursos e na oferta de bens e serviços públicos (segurança, saúde, educação, habitação etc.) bem como influencia a distribuição de renda no país, tributando – pelo menos em tese – mais os que ganham mais e realizando transferências diretas ou indiretas de renda para os grupos menos favorecidos da população.

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.