Marcos coloridos separam e unem a linha

Os 1070 marcos existentes aqui simbolizam união e separação.

El color de la Línea” é o título da Intervenção Urbana exposta no último final de semana, de 14 à 16. Quem passou pela linha divisória, em frente ao Rivera Casino e Resort, pode conferir réplicas artísticas dos marcos utilizados para delimitar a Fronteira. O temporal ocorrido no início da noite de domingo foi apenas um dos elementos surpresa aos quais estavam expostas as obras criadas pelos alunos do curso de Design Industrial do Instituto Escola Nacional de Belas Artes da Universidade da República, que dispõe de um centro acadêmico em Rivera.
Dentro de alguns dias, esses 15 ícones, recriados de acordo com a expressão pessoal de cada estudante, deverão voltar às ruas, mas o local ainda não está definido. Por enquanto, as fotos (ao lado) trazem uma mostra do esforço de oito meses de investigação. Até chegar ao resultado final apresentado aos moradores de ambas as cidades foi necessário cumprir três etapas de estudos. Quem orientou o trabalho foram os docentes, residentes em Rivera, Daniel Chagas e Virgínia Lacco; o montevideano Carlos Seveso; além da diretoria do Instituto Escola Nacional de Belas Artes, composta por Jaime Sztern e Juan Bandera.
Acompanhe as três etapas do processo criativo de composição dos marcos:

MÓDULO 1
Estudo da cor

Os participantes trabalharam os conceitos de cor, matizes, tons e contrastes em aulas teóricas e oficinas que estimularam o desenvolvimento artístico de cada um. Foram aprofundadas as linguagens da arte de rua, murais, grafites, pop arte, entre outros. Conforme o professor Daniel Chagas, os experimentos com cores, planos e volumes partiram de desenhos de rótulos de produtos escolhidos pelos alunos. “Propusemos realização de stencils (moldes) a partir de um fragmento desses rótulos para trazer a noção das escalas que podem ser realizadas”, lembrou Chagas.

MÓDULO 2
Aplicação de Cor em Escala Urbana

Essa etapa exigiu o estudo da identidade histórica e cultural dessa Fronteira, bem como seus elementos inconográficos. “Na maioria das vezes quem vive no local não percebe as suas peculiaridades, nesse sentido a participação de professores de Montevidéu foi importante”, enfatizou o docente Carlos Sevezo, lembrando que esse módulo do curso originou a ideia de trabalhar com os marcos da Fronteira experimentando colocar cor na sua superfície. A partir dessa definição, os participantes do curso passaram a estudar volume e realizaram maquetes dos marcos que tomariam proporção de 1,20m na fase final.

MÓDULO 3
A Intervenção Urbana

Nessa fase os participantes buscaram definir onde seriam colocados os marcos por eles construídos de acordo com os conceitos de intervenção urbana. “Esse tipo de instalação tem também a função de levar consciência sobre o local onde se vive e suas características”, lembra a professora Virgínia Lacco. Instalados os marcos, os docentes e discentes de ambos os países conversaram sobre os resultados das obras entregues às impressões da população que não passou indiferente a tanta diversidade, cor, símbolos e palavras contidas nos marcos erguidos pelo projeto. Ao público que não pode ver e sentir os efeitos dessas criações, só resta ficar atento para a próxima instalação.

 

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1 Comentário

  1. Valdir

    PARABÉNS PELA FANTÁSTICA CRIATIVIDADE!!! DEVERIAM DECORAR TODOS OS MARCOS DA ÁREA CENTRAL SEM ESQUECER DO OBELISCO QUE É UM PONTO DE REFERENCIA, MUNDIALMENTE CONHECIDO E SERIA UMA ATRATIVIDADE A MAIS PARA O TURISTA FAZER SUA FOTOS.

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