A cavalo na proibição
Sant’Ana do Livramento cada vez chancela sua posição de capital das polêmicas. É cíclico e está incrustrado no mais profundo âmago da cidade, seja no meio urbano, seja no rural. Polêmica da carreta que sumiu. Polêmica dos combustíveis na Câmara. Polêmica dos camelôs. Polêmica da falta de atendimento adequado e satisfatório em saúde. Polêmica dos buracos nas ruas.
Ironicamente, o 7 de Setembro foi transformado em um evento pautado pelo marasmo e com a predominância da cor preta. O aparato municipal ocupou mais tempo, gerando vaias da população, do que deveria na parada cívica.
Agora, um instrumento público jurídico é utilizado para proibir a circulação de cavalos e seus cavaleiros. Há que serem contentados aqueles que afirmam que o mau cheiro e os excrementos nas ruas da cidade são insuportáveis. Há que serem satisfeitas as reclamações quanto aos que circulam a cavalo pelas vias públicas sem obedecer regras de trânsito e, pior, portando, além da rédea, um copo ou garrafa de bebida alcóolica. E isso, é correto e procedente.
Enfim… O que mais há?
Semana da Pátria com polêmica. Semana Farroupilha com polêmica.
A conclusão está clara: ninguém conversa, combina, organiza, planeja (no sentido técnico da palavra, com medição prévia de possíveis impactos das ações e decisões).
A cavalo nas proibições, Sant’Ana vai involuindo. Com as polêmicas de a cabresto e a estagnação social à soga, a comunidade vê frustrados seus anseios mais terrunhos.
Em outros tempos, pelo charque e por bem menos que isso, uns tauras deram de mão em lanças e espadas e foram pelear, mesmo esfarrapados, por 10 anos contínuos. Hoje, entretanto, deve prevalecer o diálogo, pois se foi o tempo da revolta armada. Especialmente quando a pena é mais forte que a espada.
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