Mutatis…

Sobre o processo de transição de governo é o que menos se fala na política santanense na atualidade. Pudera! Nem bem chegou ao poder legalmente, o PT e sua coligação acabam entrando, de roldana, em uma série de discussões partidárias que mostram para a cidadania alguns contextos muito claros nas fileiras das agremiações.
Torna-se prudente avaliar que há muita, mas muita vaidade pessoal, personalismo, entre uma série de outros elementos, desde a busca por emprego até, realmente, o compromisso fiel com um entendimento, dentro de toda a realidade política. Claro que não é possível a generalização.
E não é aqui fazer uma crítica. É simplesmente dizer a verdade. A sociedade precisa aceitar que em um grupo existem diversos interesses individuais. A vida é assim. Cada qual pensa para si. Cada um integra determinado partido motivado por uma diversidade de condições, inclusive as próprias razões, algumas irreveláveis, outras não. É o foro íntimo, a convicção. Não é demérito.
Também não significa que as pessoas precisem aceitar aquilo que lhes é imposto. Se não está satisfeito, tem a mesma liberdade: foi livre para entrar, é livre para sair. Ponto.
A transparência em todas essas discussões serve para que o eleitor acabe conhecendo o funcionamento da política e avalie, conforme suas próprias convicções e leituras de realidade, o que entende pertinente e o que acredita que não seja assim. Não é que a política não preste, é o exercício personalizado ou individualista dela que faz incorrer em resultados pífios para a coletividade.
A discussão pública do PTB, por exemplo, servirá, no futuro, como referência para que os erros do passado não sejam cometidos no futuro. O debate amplo que ocorre internamente no PDT evoca o próprio entendimento de Brizola: o que importa é que o partido cresça.
O voo de Sérgio Munhoz para longe do ninho tucano abre espaço para novo comando no partido, satisfazendo, talvez, o desejo do vereador eleito da agremiação e seu grupo de trabalho. De forma, é verdade, mais serena do que os demais.
É importante avaliar que não se trata de emitir juízo de valor. Isto está certo, aquilo está errado.
Significa emitir juízo de entendimento. Há a necessidade de este ou aquele processo ser ou não desenvolvido com a finalidade de chegar ou não a determinado objetivo. Se está certo ou errado, quem vai deliberar é o grande juiz: o eleitor, o cidadão. É a ele que cabe proferir a sentença a cada quatro anos.
Agora, é preciso deixar muito claro que não se pode romper a barreira do moral e do lícito, do contrário, fica evidente que está sendo trabalhada apenas a velha política, dos conchavos, da busca por emprego na área pública como forma de enriquecimento. Emprego e não trabalho, no dizer de alguns.
Entretanto, esses alguns também precisam entender que a generalização é ofensiva, pois há, no serviço público, pessoas que trabalham e intensamente em prol de seus concidadãos.
Não que seja difícil compreender a lógica da política. No fundo, ela é simples. O que é complicado é o próprio ser humano e, diante deste, tudo o que for relativamente compreensível pode acabar se tornando incompreensivelmente relativo.
A lógica da política é licitamente realizar pelos outros aquilo que gostaria que os outros fizessem por ti, em termos de cidadania, qualidade de vida, disponibilidade se serviços e protagonismo, entre outras qualidades, características e necessidades. Mas, basicamente, é esse o entendimento.
Pena que passa distante do pensamento de uma significativa parcela daqueles que querem se eleger para viver da política, bem como dos que pretendem receber em troca alguma coisa por algo que fizeram de forma diferente do que é na realidade.
Mas está mudando. As pessoas mudam. Algumas até evoluem.

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