Protagonismo democrático

Há probabilidade de que a continuidade das ações de interiorização do governo rio-grandense traga para Sant’Ana do Livramento logo no início de 2013, justamente quando terá início a administração de Glauber Lima e Edu Olivera. Não que seja coincidência, mas previsão de agenda e, mais do que isso, oportunidade de que o alinhamento – um dos motivos apontados para a vitória da coligação O Futuro é Agora – se concretize na forma de anúncios ou mesmo da concretização de políticas públicas de melhoria para o município.
O assunto estabelece uma reflexão necessária, que, segundo é possível entender, o futuro governo municipal já tem pleno conhecimento: os poderes públicos precisam estar proximamente alinhados com as comunidades. É um elemento que gradativamente passa a fazer parte importante do conjunto da administração dos poderes. Vale para o Executivo, para o Legislativo e também para o Judiciário, diante da constatação efetiva de que a cidadania, ao mesmo tempo em que tem a faculdade de fazer cobranças dos poderes, democraticamente, também precisa estar inserida no contexto de conhecimento do que tais institutos e suas ações refletem no cotidiano das comunidades. Metaforicamente, é como se a essência da democracia – o povo no poder, via tradução livre do grego “demos” e “kratos”, respectivamente, povo e poder – estivesse sendo resgatada. E esse resgate consolida, de forma compreensível, que a necessidade do serviço público, em todas suas esferas, atender e contemplar a maioria dos cidadãos – e também aqueles cuja condição parcial, temporária ou perene diferencia. Não se trata de tratar igualmente todos, inclusive os diferentes. O conceito é tratar os iguais de forma igual, os diferentes de forma diferenciada e a todos de forma justa e adequada.
O governo Tarso Genro, gradativamente, vem espelhando essa situação e buscando solidificar essa relação, contexto que também deverá constituir um dos eixos a nortear as atividades, ações e políticas do governo que se instala em janeiro do próximo ano. Em que pese seja preciso entender que as transformações sociais não ocorrem do dia para a noite ou vice-versa, a partir do momento em que são iniciadas, tendem a ter continuidade. Esse é o ponto que alinha como esteio a soberania popular como agente a validar os atos públicos, desde que tenha a resposta necessária para seus anseios. Não que seja positiva ou negativa, mas que a resposta seja dada, com a negativa em caso de não haver possibilidade de realização, ou o aprazamento, em condição favorável de concretização.
Se os governos são o reflexo da sociedade onde estão inseridos – em que pese haver necessidade de serem levados em consideração os entendimentos, convicções, experiências e possibilidades do agente como indivíduo – precisam estar diretamente inseridos no cotidiano da coletividade.
Esse é o sentido.
Quando um agente público detentor de mandato eletivo percebe a verdade contida nesse conceito, aumentam suas possibilidades de transpor o que o imaginário popular define como político, atribuindo a este pejorações e defeitos. Ao estar plenamente inserido na comunidade ou manter com ela relação permanente, ouvindo-lhe as ponderações e reivindicações, transporta-se para outro patamar na convicção popular.
Fica fácil concluir que todos os aspectos já mencionados compõem um universo próximo, palpável, de realidade desejável em que os elementos desse conjunto admitem-se como essenciais colaboradores mútuos e partícipes do protagonismo da transformação que o coletivo social estabelece.
Essa construção, perceptível e clara para alguns; idealista e utópica para outros, já começou. Basta que se perceba.

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