É PRECISO BLINDAR

Agora que Rosemary Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, já é uma “personalidade” no mundo das falcatruas oficiais o melhor a fazer é blindá-la para evitar uma convocação ou um convite para depor no Senado. A ordem é: vamos proteger a Rose! E os motivos para tal proteção são bem objetivos.

A ex-chefe do escritório paulista da PR sabe demais. Ela transitou com as intimidades palacianas quando Lula era o presidente do Brasil. Se alguém pergunta: “como”? A resposta vem no que se divulga por toda a imprensa nacional. O relacionamento de Rose ou Rosa (como Lula a tratava) tinha momentos de absoluta confidencialidade.

Como se fosse uma agente secreta seu nome não aparecia nas listas de embarque nos vôos presidenciais. Nas viagens nacionais e internacionais, Rosemary Noronha ficava fora da relação de passageiros, conhecida como “manifesto” que a FAB elaborava por ser obrigatória em qualquer vôo.

Essa rotina exigida para quem transporta pessoas via aérea, no caso das viagens de Lula era ele quem dava a palavra final e, consta, que o então presidente autoriza uma carona para Rose sem que seu nome fosse incluído no “manifesto”.

Um passageiro eu viajou muito com Lula disse ao colunista Cláudio Humberto que “se o avião caísse sem Rose na lista, todos saberiam que estava lá”. Dona Marisa Letícia, a primeira-dama, sabia das viagens, “mas não de todas”.

Se Rosemary Noronha fosse depor no Senado como será que ela contaria esses detalhes de viajar com Lula? Teria ela condições de suportar as interrogações, algumas ferinas, de senadores experientes em tais situações?

Mas tem mais, além dessa intimidade. Rosemary Noronha fazia parte de uma quadrilha de falsificações de pareceres técnicos de órgãos governamentais. Até mesmo ela se beneficiou dessa malandragem criminosa e o beneficiário foi o seu ex-marido, José Carlos Noronha.

A ex-chefe de gabinete queria indicar o pai de suas duas filhas a uma vaga na Aliança do Brasil Seguros – a seguradora do Banco do Brasil, posteriormente rebatizada como BB Seguros. Noronha, que trabalha como assessor especial na Superintendência da Infraero em São Paulo, não cursou faculdade e, por proibição regimental, não poderia assumir cargo na empresa. Ciente do obstáculo, Rose não se intimidou. Tratou de conseguir um certificado falso que permitisse ao marido abocanhar a vaga de suplente no conselho de administração da Aliança, o que já lhe garantiria uma polpuda remuneração.

O diploma de bacharel em Administração de Empresas saiu das entranhas do MEC graças ao trabalho de Paulo Vieira, ex-diretor da ANA (Agência Nacional de Águas), e protegido de Rosemary Noronha já que ela conseguiu a sua nomeação com Lula. Com o diploma falso, José Carlos Noronha foi nomeado. Rose não pode mesmo ir ao Senado. O PT está certo em blindar alguém que poderá desmoralizar ainda mais o partido que já vem sofrendo um desgaste com seus líderes condenados pelo mensalão.

BOCA FECHADA

Rosemary Noronha vale o empenho dos petistas graduados para manter o seu silêncio. Ainda mais depois do que disse que “não iria cair sozinha”. A mesma frase de Marcos Valério, depois de ser condenado a 40 anos de prisão pelo STF.

PSDB CAUTELOSO

Ao contrário do que o PT faria se os escândalos recentes fossem obra de FHC, o PSDB ainda não foi fundo, politicamente, no caso da Operação Porto Seguro. Os tucanos esperam mais provas para dirigir suas críticas ao ex-presidente Lula.

VISITA QUASE ÍNTIMA

Rosemary Noronha, segundo a Folha de São Paulo, esteve visitando Lula quando o ex-presidente esteve hospitalizado no Sírio Libanês para os exames de rotina.

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