A TORCIDA POR VERÍSSIMO

O escritor Luis Fernando Veríssimo está hospitalizado e assim como sempre recebeu o prestígio merecido de seus leitores em todo Brasil com as altas vendagens de seus livros, recebe, agora, a solidariedade e o desejo de seus amigos e simpatizantes para se recuperar logo.

Quem o conhece sabe que seu jeitão silencioso é um disfarce para sua timidez e por isso mesmo tem um grupo de amigos que se freqüentam e se relacionam, onde todos os espaços estão ocupados e parece não haver mais vagas para novas amizades verdadeiras até por que a idade média do grupo fica em torno dos setenta anos.

Não sei se eles ainda se reúnem, mas seu aniversário quando está em Porto Alegre ainda reúne o grupo. O jornalista Ruy Carlos Ostermann, por exemplo, comemora sua data de nascimento com Luis Fernando. Ambos nasceram no mesmo dia. O grupo, já faz algum tempo ficou desfalcado de dois “sócios”: o escritor Moacyr Scliar e o jornalista José Onofre.

Convivi com Luis Fernando nos tempos do jornal humorístico “O Patomacho” e, mais tarde, na “Folha da Manhã” quando ele tinha uma coluna diária e a trazia todo o fim de tarde, em laudas datilografadas. Às vezes conversava com alguns da redação, mas nunca deixava de bater um papo com o Ruy, então diretor do jornal.

Como era esperado, Luis Fernando alcançou fama nacional com seus livros e colunas assinadas nos jornais “O Estado de S. Paulo” e “O Globo”. Bem, aí ele passou a ser tratado não mais pelo prenome, mas por Veríssimo e assim está sendo notícia na mídia brasileira por causa de sua hospitalização.

Seus velhos colegas e amigos, no entanto, continuam chamando o filho de Érico Veríssimo de Luis Fernando. Certa vez, numa reunião de pauta do “Patomacho”, na garagem da casa de Érico Veríssimo, o grupo decidia como seria a próxima edição. Érico entrou acompanhado de seu amigo, Mario de Almeida Lima, diretor da sucursal do jornal “Estado de S. Paulo”, viu o grupo jovem de jornalistas (1971) e comentou: “Isso não pode dar certo”.

De fato, não deu. Nossa audácia em ridicularizar o regime militar com textos debochados levou o “Patomacho” a ser censurado previamente. O “boneco” da edição era levado até a Polícia Federal e ali os textos riscados com caneta pilot.em forma de cruz. O jornal não conseguiu sobreviver.

Luis Fernando sempre foi um apreciador de boas comidas. Num daqueles dias convidei ele e Lucia para um jantar em minha casa. Além deles, Zé Onofre e Maria Helena, Bebeto Silva (vereador em Viamão e meu amigo de infância) e Irismar. Fiz um prato de marrecas com molho e massa. As marrecas foram cassadas no período legal pelo vereador Bebeto.

Dois ou três dias depois, lá estava na coluna de Luis Fernando a nota, mais ou menos assim: “O Rogério mostrou que sabe preparar pratos com aves. Agora é preciso que prove com carnes e peixes”. Fiquei sabendo que estava com diabetes e tem algum tipo de controle alimentar necessário. Seus velhos amigos acompanham a recuperação de Luis Fernando. O Brasil faz o mesmo com Veríssimo.

METÁSTASE MORAL (1)

A descoberta das falcatruas de uma pessoa próxima – muito próxima de Brasília – obrigou a presidente Dilma a demitir a quadrilha que vendia facilidades. É a metástase moral se alastrando em todos os escalões oficiais.

METÁSTASE MORAL (2)

A chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e o advogado geral da União adjunto, José Weber Holanda Alves, braço direito do advogado geral da União, Luís Inácio Adams, os dois principais alvos da Operação Porto Seguro da Polícia Federal (PF) conviveram e desfrutaram das intimidades do Poder Central. Duas bocas perigosas…

METÁSTASE MORAL (3)

Os malfeitos descoberto pela Polícia Federal é conseqüência óbvia do aparelhamento ideológico da administração pública. A origem da metástase está ai. Mas botar a companheirada em empregos públicos é um dano irreversível da política brasileira. Viram no que deu o aparelhamento do Daer, por exemplo?

Notícias Relacionadas

Os comentários são moderados. Para serem aceitos o cadastro do usuário deve estar completo. Não serão publicados textos ofensivos. A empresa jornalística não se responsabiliza pelas manifestações dos internautas.

Deixe uma resposta

Você deve estar Logando para postar um comentário.