Educação financeira

Novembro e dezembro são meses em que o consumo fica mais acentuado. Há, porém, aqueles que antes de gastar o dinheiro até pensam em aplicar e existem aqueles que aplicam. Até o dia 30 de novembro, as empresas devem pagar a primeira parcela do 13º salário e quem está com as contas em dia e pretende investir esse dinheiro para uso em curto prazo deve optar por aplicações mais conservadoras, de acordo com especialistas. Dentre quatro aplicações consideradas pelos especialistas (títulos de renda fixa, títulos do Tesouro, ações e poupança), os analistas sugerem que a poupança seja utilizada para quem vai retirar o dinheiro em até seis meses, os títulos do Tesouro para investimento de até dois anos e as ações para investimentos de longo prazo (cerca de 20 anos), como a aposentadoria, pois o alto tempo do investimento dilui o risco da aplicação.
Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), nos últimos 12 meses terminados em setembro, a rentabilidade bruta (sem desconto do Imposto de Renda) dos títulos de renda fixa foi de, em média, 11,85%. As ações do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) renderam, no mesmo período, 14,2% e os títulos do Tesouro Direto tiveram rendimento médio de 18,27% (IMA geral até outubro de 2012). A poupança teve a rentabilidade menor, de 6,70%, mas não exige o pagamento de Imposto de Renda (IR).
Para o próximo ano, a expectativa é que a taxa básica de juros permaneça em 7,25% ao ano. Como os fundos de renda fixa e a poupança são atrelados à Selic, eles devem registrar uma remuneração semelhante com a obtida neste ano. Os títulos do Tesouro atrelados à Selic também devem ter uma remuneração parecida com a de 2012. O mesmo prognóstico se aplica às ações atreladas ao Ibovespa, que devem continuar com o mesmo rendimento desse ano, sem altas expressivas por causa da crise financeira internacional, conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para quem pretende usar a primeira parcela do 13º para investimentos de até seis meses, os analistas afirmam que a poupança ainda é a melhor opção. O 13º em geral não é uma soma significativa, e por isso o melhor é não arriscar. É importante optar por investimentos conversadores, de preferência aqueles nos quais não há cobrança de IR, como a poupança, e que podem ser retirados a qualquer momento, segundo aconselham os economistas.
Em todas essas relações, há um elemento que prepondera. O brasileiro não dispõe de educação financeira. O fato é que trabalhar essas possibilidades para uma significativa maioria da população parece, recorrendo-se à História clássica, falar em grego para comunicar-se com escandinavos, ou o equivalente modernamente a fornecer uma explicação sobre teoria quântica para alunos do ensino fundamental.
Esse é o ponto, o brasileiro, ao não receber educação financeira, para que tenha possibilidades de lidar com seu dinheiro, investindo com grau de confiabilidade mais acentuado ou mesmo com um pouco de conhecimento, acaba não se tornando investidor, preferindo tão somente aquilo que lhe parece seguro e, mais do que isso, registra ideias equivocadas sobre preços, prazos, pagamentos, receitas, enfim. A falta desse alinhamento educacional é, entre outros, motivo principal para o nível de endividamento, para a dúvida sobre o que fazer com as finanças em determinado momento.
Há quem sustente que deveria ser matéria obrigatória desde o fim do ensino fundamental e durante todo o médio, ao passo que a matemática deveria privilegiar a aplicabilidade, com reforço para aqueles que não a dominam.
Especialistas dão dicas, orientam, mas a decisão é de quem detém o capital e os riscos também.

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