OS BEBÊS DE ROSEMARY

Nada supera a realidade. No cinema, o clássico filme de terror sofisticado de Roman Polanski, “O Bebê de Rosemary” (provavelmente disponível nas ainda existentes locadoras de vídeo), provocava em nós espectadores calafrios ao natural. Mas o remake real, “Os Bebês de Rosemary”, produção nacional lançada no último final de semana, é ainda mais arrepiante.

A nossa Rosemary (Novoa de Noronha, 57 anos) pariu dois bebês, os irmãos Paulo e Rubens Vieira, numa gestação de alto risco para a República. É dela a indicação para os cargos de diretores da Agência Nacional de Águas (Ana) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Paulo e Rubens, respectivamente.

E sabem por que o filme nacional é mais assustador? Porque os custos de produção da máquina de corrupção montada foram pagos pela população brasileira, mesmo sequer sabendo da existência do filme. Dizem que Rosemary chora e está nervosa pela operação da Polícia Federal e nós estamos ainda mais nervosos por que essa senhora ainda não foi algemada e trancafiada. .

Dona Rose, como era conhecida, na sua poderosa repartição em São Paulo disparava telefonemas para quem estivesse na sua lista de possíveis “clientes”. Quem de nós não atenderia com toda gentileza uma ligação do escritório paulista da Presidência da República?

E foi assim, usando de seu cargo já havia doze anos (todo o governo Lula e até ontem no governo Dilma) que Rosemary fez plásticas e navegou num cruzeiro com shows de Bruno e Marrone. Ela também cobrava por pareceres fraudulentos de órgãos do governo e sua operação era de R$ 650 mil, conforme conversa gravada pela PF.

Antes de trabalhar diretamente com Lula e Dilma, Rosemary foi assessora de José Dirceu também por 12 anos, o que nos dá uma soma de 24 anos de trabalho com o PT ou com seus dirigentes máximos. Ainda bem que Dilma Rousseff não esperou para demiti-la tão logo tomou conhecimento das bandalheiras de Rose.

Rose gostou de ser poderosa com o passar do tempo e com a vassalagem que lhe era prestada por quem precisava de contatos com a Presidência da República. Subiu tanto para a sua cabeça esse poder que ela já sonhava em ser uma nova socialaite paulistana. Com poder e dinheiro da corrupção, Rose jamais esperava ser pega como foi.

Por enquanto, Rose está solta e nem se sabe se sua prisão será solicitada, assim como os seus bebês, Paulo e Rubens. Mas outras quarenta pessoas também foram atingidas pela Operação Porto Seguro da PF. A propósito, sempre há uma motivação que batize as operações da PF. Porto Seguro seria por que Rose e sua turma pensavam estar ancoradas numa baia livre de tempestades?

GENTE FINA (1)

Rosemary Novoa de Noronha navegava na maionese pelo poder de chefiar o escritório da PR em São Paulo. Tinha o temperamento difícil e seus subordinados a criticavam pela forma de tratamento recebido por parte dela. Sua primeira mordomia teria sido um camarote no carnaval carioca.

GENTE FINA (2)

Quem trabalhava com ela dizia que Rose não escondia o desejo de integrar a alta sociedade. Cuidava do visual e do guarda-roupa. Depois que voltou de um cruzeiro pago por beneficiários de um serviço prestado, Rose reclamou que o passeio marítimo não fora luxuoso o suficiente. Mesmo assim, pode curtir “Dormi na Praça” com os fabulosos Bruno e Marrone, os astros do navio.

PROTEÇÃO FALHOU

Quando foi descoberta a corrupção no final da semana passada, próceres petistas tentaram pedir a Rose que se afastasse do cargo para evitar uma demissão. Mas Dilma Rousseff agiu rapidamente, depois de comunicar a Lula a sua intenção, demitindo a servidora.

PRESENÇA INCÔMODA

Rose Mary Noronha era realmente poderosa. Sua presença constante nas comitivas presidenciais lhe dava visibilidade de poder, mas quem não gostava de sua companhia era dona Marisa Letícia, a primeira-dama.

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