Cooperação

Mais uma vez Rivera dá um exemplo de agilidade administrativa e conseguiu resolver, em tempo bastante menor do que o utilizado por Livramento, o problema da ocupação do centro por trabalhadores informais. Resolveu a falta de espaço para o uso coletivo e acabou com o horroroso visual das tendinhas e puxadinhos que acabavam com a beleza da divisa entre os dois países e entre as duas cidades. Ontem mesmo os trabalhadores uruguaios trataram de desocupar o improvisado espaço comercial no Parque Internacional para se instalar nas novas bancas, ainda que tenham elas espaço bem inferior ao que costumam utilizar. Mas estão cooperando, estão fazendo sua parte para que o todo comunitário seja beneficiado. Trabalhar, integrar, cooperar, colaborar, fazer acontecer, conjuntamente. Esse é o ideal, com o óbvio respeito aos direitos de cada um e, igualmente, do coletivo. Por mais que, de fato, no âmbito popular e em algumas instâncias populares, a integração Rivera-Livramento – e, por óbvio, Brasil-Uruguai – ocorra, ainda existem muitos segmentos que precisam evoluir, e muito. Um deles, por mais incrível que possa parecer, é simplesmente o turismo. O mais difícil, o cliente, está chegando todos os dias, atraído pelos free shops. Não é tarde para estabelecer uma união de forças com vistas a trabalhar melhor – o que já vem ocorrendo em muitos nichos, segmentos e setores – a possibilidade de ganhar dinheiro a partir dessa verdadeira indústria sem chaminés. Mesmo com uma nova mentalidade se instaurando, a qual dá conta de que Livramento e Rivera não são concorrentes, e sim parceiras para enfrentar a concorrência de outras tantas fontes externas, fica evidente que a integração nas ações, bem como investimentos, precisa ser mais trabalhada, tornar-se objetiva, concreta, focada. É muito bonito falar de integração, vê-la povoar os discursos. Mas é impossível deixar de perceber o conceito: “eles fazem o deles, nós fazemos o nosso”. Chega a ser contraproducente quando há necessidade de geração de possibilidades, oportunidades de negócios, aproveitamento de mão de obra, incremento de renda, qualificação profissional. Cabe constatar que em municípios brasileiros e uruguaios que “vivem” do turismo, as próprias entidades representativas, instâncias públicas, gradativa e muito lentamente começaram aa gravar seus processo de transformação, mudando por um princípio de convergência naquilo em que mais se parecem ou, ainda, nos objetivos dos quais partilham. Se entidades e empresas se unem com a finalidade de cooperar, associando-se muitas vezes em compras e aquisições de insumos importantes para o desenvolvimento de sua atividade, é perfeitamente viável supor que a unidade como exercício diário se traduz, no curto prazo, como uma forte possibilidade de transformação, a partir das ideias e padrões que passam a surgir para determinar toda a rotina de trabalho de uma empresa de sucesso. O conceito de cooperação é mais complexo que o de interação e de colaboração, pois requer relações de respeito mútuo e não hierárquicas entre os envolvidos, uma postura de tolerância e convivência com as diferenças e um processo de negociação constante. Para existir cooperação deve haver interação, colaboração, mas também objetivos comuns, atividades e ações conjuntas e coordenadas, a fim de dar às pessoas oportunidade de trabalho e ganho prestando serviços, vendendo criatividade, transformando possibilidades. 

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